terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um tapinha não dói

Chego em casa cansado da faculdade, com fome e ainda cheio de coisas pra fazer.
Entro na net, pra seguir o roteiro de sempre: email, outro email, orkut, os blogs, e agora, o twitter.

De súbito, eis que surge no bate-papo do email o cara-legal-engraçado-inteligente-bêbado, puxando conversa. Nada mais normal. Como é sempre agradável, retribui ao diálogo, como de costume.

Até que ele disse:

— Não vai rolar entre vocês, Marcellus.

E eu, meio que mostrando que não me importo, e que o que ele dizia não era nenhuuuma novidade:

— E você acha que eu já não saquei?

E a conversa foi pra outro rumo.

Na verdade, o que acontece: eu não sei.

Nos conhecemos, não o caraquetavabêbado, o cara de quem ele falou, ano passado. Ficamos por cerca de um mês, e cabô. Fiquei com a imagem, e o cheiro, e o gosto, e a voz, e a cor naturalmente alaranjada dos cabelos na minha mente por alguns meses.

Não foi nada de tão surpreendente assim, na verdade foi até bem comum, e inclusive, enquanto estávamos nos conhecendo, não pensei que nos afastando, descobriria que havia me envolvido tanto.

Mas me envolvi. Não sei explicar o motivo. Não fizemos jura me amor, não vivemos loucuras a sós, não aconteceu nada de mais. Depois de uma viagem dele, até nos falamos, mas nunca mais nos vimos. Ele se afastou sem nenhuma razão.

(Agora é a parte que você pensa: ah, Marcellus, não me venha com essa de abandonado sem explicações)

Não é disso que se trata. É o seguinte: depois de um ano, eu já tinha me esquecido de tudo, e mesmo quando me lembrava, já havia rolado outros casinhos por aí, eis que em um contexto meio íntimo e confuso pra expor aqui, me aparece o garoto dos cabelos alaranjados querendo me ver, me cheirar, me abraçar e me chupar.

Pois bem, vulnerável que sou, tudo aquilo que pensei por um bom tempo voltou, como se nenhum intervalo apagasse qualquer mínima lembrança que tinha do pouco tempo juntos.

No vimos uma vez, e por um acaso, nos encontramos novamente naquela merda de Pub. Rolou um beijo, uma conversa intencionada. Vulnerável que sou, fui lá, beijei, abracei, fiquei perto. Bebi tanto que fui embora meio maluco. E então, não o vi mais. De novo.

E eu devia ter calçado melhor a cara antes de topar o primeiro reencontro amistoso. Até tentei, mas como já disse, eu sou vulnerável.

Depois disso, tenho um artigo dele salvo no computador, as mesmas lembranças, a incerteza do que sinto, ou sentia por ele, e agora, a certeza de que "não rola nada entre vocês, Marcellus."

Por agora, acho que isso não vai ecoar tanto - se não tivesse ecoado eu não estaria aqui, chateadinho, postando no blog e me expondo sem limites - na minha mente, pela quantidade de coisas importantes a fazer até o começo de dezembro, mas depois, dependendo da conjuntura amorosa, vou pensar nisso tudo, com certeza.

Ele foi a única pessoa com quem já tive algo, que fez eu me sentir como um brinquedo. Sempre pensei que estivesse imune a essas ninharias sentimentais.

E eu que sempre desejei a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida, parece que aos poucos estou me transformando em um leviano, lassivo, avulso e incompleto. Uma daquelas caricaturas fáceis da TV, que só se ferram na busca de um grande amor. Pra terminar bem piegas.

Foi mal aê, pelo ataque de pelanca. Todo mundo tem direito vai...

Hasta siempre.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ele morreu? Aaaanão, geeente?!

Morrer não deve ser bom, ainda mais se você não é daqueles que acredita, ou faz muito esforço pra acreditar, em vida após a morte.

Pois é, lembrei-me agora, em meio a meus estudos sobre Jornalismo Gonzo, que o Patrick Swayze morreu... um dia antes do meu aniversário. Que coisa mórbida, não? Não. Morrer não é mórbido. Mórbido é ter tara em trepar com gente morta. Digo, com cadáveres humanos, até porque o que caracteriza "gente" é o ser humano vivo, recebendo e doando estímulos em sociedade. E nós sabemos que um cadáver não faz isso. A menos que ele solte um pum. Aí ele estimula. Ah!, estimula... todo mundo a sair de perto dele.

Eu achei isso tão engraçado que vou fumar um cigarro quando terminar este texto!

Mas enfim, eu tava falando do Patrick. Então... eu vi Ghost com a minha mãe quando era pequeno, e como mamãe adooooora esse filme, e como todo garotinho gay adooooora a mamãe — todo garotinho gay adooooora a mamãe que tem, não é que todos eles adooooorem a MINHA mamãe, saca? —, esse filme marcou pra caralho a minha infância. Quando eu estava em casa e li que ele tinha morrido, no dia mesmo, eu me assustei, e achei ruim.

Mais uma fotinha daquele que marcou minha infância, e que foi eleito em 1991 o homem mais séquiçi do mundo pela People:

Aaaahaaahahahaaaaahahaaaa! Pode admitir: essa foi a melhor sacada que eu já tive na minha vida toda!
Enfim, ele de verdade, quer dizer, ele reproduzido, não... melhor, a foto dele que alguém fez e nós estamos re-re-re-re-reproduzindo:

Hasta siempre muchachas e muchachos de mi vida!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Anular setembro? Jamais!

Para não deixar o mês de setembro de 2009 totalmente excluído do blog, venho aqui em caráter emergencial, apenas para registrar algumas palavras sem muito objetivo.

Por esses dias tenho me ocupado exclusivamente do meu TCC, o que está me impossibilitando revervar aquele tempo livre agradável que gosto de deixar para escrever algo aqui (acho que esse período tá meio confuso, não?). Não gosto de escrever qualquer coisa aqui, assim, de qualquer jeito, como isto que estou fazendo agora!, e como não estou tento tempo pra fazer algo com carinho, prefiro não fazer nada.

As coisas estão mesmo corridas, estudando e escrevendo pro TCC, em semana de provas, arrumando empreguinho... nem me sobrou tempo para procurar o menino ruivo. Acho até que a essas alturas, o pobrezinho já deve ter se esquecido de mim, ou, o que é pior, ter ficado muito puto. Mas também, não dá pra saber, ele não se manifesta...

Mas agora não é hora para lamentações e jogos de amar, dá licença, pois tenho que estudar. Ó rimou! Se aparecer alguma música futuramente com essa rima, eu processo por plágio. Juro.

Lembrem-me de que tenho que escrever algo sobre meu aniversário, no estilo "22 anos de carreira", tá?

Um beijo, e para os meninos héteros que não gostam de beijo, um abraço, ou aperto de mão, vamos dançando conforme as músicas de cada um.

Hasta siempre!

P.S.: nem vou colocar imagem, senão perderei muito tempo escolhendo, tchau.

P.P.S.: no fim de semana fui na festinha de vampiros com a Suindara, Fabrício, Ricardo, Joyce e Camila, foi boa, mas nem taaanto, domingo cheguei em casa, fui no shopping com a Taciara ver o Caio e ele me deu presentinho de aniversário, um livro que eu queria há um bom tempo, fiquei mó feliz!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

[re]Encontrando anotações II


"A aba do chapéu dele é larga
A pica dele é grossa
O bolso dele é cheio
Eu quero me casar com um editor!"

Encontrei isso também, em meio a anotações de assuntos que seriam desenvolvidos para o fanzine Cu de Porco e ao storyboard de uma animação que fiz na faculdade. Coisas um tanto antigas.
Achei engraçado.
Gosto disso: escrevo qualquer tolice nas margens das folhas, depois de algum tempo, aquilo está esquecido, nos montes de papéis que vou juntando ao longo da vida. Quando reviro a papelada velha, é como se eu tivesse revervado para o futuro, meio sem querer, pequenas e divertidas surpresas.

Lembra do chocolate surpresa? Eu adorava!

[re]Encontrando anotações

"Agora é assim.
Homem casando com homem, um calor desgraçado em todo canto, presidente sem dedo no Brasil, presidente negro nos states, igreja protestante pra todo lado, para neonazista, crise financeira mundial, e a coca-cola nunca sai de moda.
É o fim, o juízo final, o apocalipse, é o estouro da boiada, é o fim da picada."

Estava em um caderno velho, junto com papéis velhos. Até parece algo escrito por um reacionário preconceituoso.

domingo, 9 de agosto de 2009

Afazeres

Votando ás aulas.
Chega de férias, de ócio e de ler História da Arte.
Agora, é cuidar do TCC, ler aos baldes, e escrever aos baldes, trabalhar no Bill, tentar um estágio, ou mesmo um emprego, começar logo a fazer a bendita terapia, que estou adiando há um ano, organizar nossa ida ao Canto da Primavera, e quem sabe fazer uma tatuagem também.

Para satisfazer o desejo dos que estão broncos comigo: confesso que voltei a fumar. Tudo culpa da cerveja. Vai no bar, pede uma cerva, conversa e bebe, bebe e conversa, vai dando aquela voltade de puxar um cigarrinho. Cede uma vez, e depois outra, até comprar uma carteira e deixar na gaveta.
Retardado!
Joguei fora aqueles sôfregos dias de abstinência, eu sei. Parar novamente agora? É o mais sensato, afinal, essa desgraça está tão cara... Desculpem minha fraqueza, Thiago Augusto, Gabriel, mãe, e Suindara.

Fechando as férias com um domingo de ressaca infernal, recebendo a visita de Thiago, Gabriel e Eduardo, saindo mais tarde pra comer temaki, buscar a Marília, e voltar pra casa, no carro João Neto, Taciara, Marília e eu, ouvindo Geni e o Zepelim.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Confusão

Segundo tio Aurélio:

s.f. Estado do que é confuso, misturado, desordenado; tumulto; desordem: provocar a confusão numa assembléia. / Ação de tomar uma pessoa ou uma coisa por outra: confusão de nomes, de datas. / Embaraço que causam o pudor, a vergonha, a modéstia. / Dir. Cláusula de extinção de uma dívida decorrente do fato de que as qualidades de credor e devedor se encontram na mesma pessoa. // Confusão mental, forma de alienação mental, passageira ou persistente, em que o indivíduo perde todo o raciocínio claro e preciso; perturbação de idéias.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sopa - Palavra Cantada

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem espinafre?
Será que tem tomate?
Será que tem feijão?
Será que tem agrião?
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem farinha?
Será que tem balinha!?
Será que tem macarrão?
Será que tem caminhão?!
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem rabanete?
Será que tem sorvete!?
Será que tem berinjela?
Será que tem panela!?
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem mandioca?
Será que tem minhoca!?!
Será que tem jacaré!?!
Será que tem chulé!?!
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem alho-poró?
Será que tem sabão em pó?!
Será que tem repolho?
Será que tem piolho!?
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem caqui?
Será que tem javali?!
Será que tem palmito?
Será que tem pirulito!?
É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?

terça-feira, 28 de julho de 2009

Às pipas com a vida

Agora em julho, principalmente durante a tarde, é fascinante olhar para o céu.
Minha atenção fica dividida entre o azul, as nuvens e seus desenhos, os pássaros, os aviões e as pipas. Muitas pipas, de todas as cores.
Em todas as cidades que estive, me deparei com os meninos pelas ruas, segurando uma lata de óleo de cozinha vazia, toda envolvida no nylon que faz a engenhoca subir tão alto.
Gostaria de estar nessas idades novamente.
Não ter que decidir entre Goiânia, São Paulo ou Santa Catarina. Entre uma nova graduação, o mestrado ou a redação.
Não ter que assumir tantas responsabilidades, não sentir o peso da saudade, não ter que pedir perdão, não ter que saber das limitações do ser humano, ou mesmo de suas fascinações, que às vezes me soam tão belas, e logo já me irritam.
Não ter que amar, e passar pelas situações decorrentes disso.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Das alegrias desses dias

Quinta: Cine Ouro com Taciara e Gabriel, ver duas bandas tocando. Uma foi Pato com Laranja, a outra realmente não me lembro do nome. Cerveja gelada, conversas, encontro com bons conhecidos. De lá, fomos ao Don Guina Pub. Mais cerveja gelada, mais conversas, encontro com Don Guina!

Sexta: Casa da Nathalya, eu e ela fomos direto para o Don Guina Pub. Após escolhermos a mesa e batermos um rápido papo com o Don Guina, nos sentamos. Depois de duas garrafas de cerveja, Gabriel chegou. Mais tarde, o Thiago. Fui pra casa, e doei um colchão no chão pro Thiago.

Sádabo: Acordei de ressaca, fui pra casa da Nathalya, de lá pra casa da Raquel, almoçar. Foi uma reunião gostosa, pessoas queridas, cerveja gelada, anfitriã sem igual, papo maravilhoso, encontro com amigos que há tempos não via. Tudo perfeito. Matar a saudade da Raquel foi ótimo. É uma professora, um ser humano maravilhoso, de alma simples, forte e bela.
Saímos de lá e fomos pro ensaio dos meninos da Nathalya. Terminado o trabalho, fomos todos beber chopp. O papo tava bom, mas logo fomos embora. Muito bom passar o dia com a Nathalya.
Em casa, bati um AVON (Avon, a gente conversa, a gente se entende!) com todo mundo. Tomei um bom banho e fui ao Metrópolis com Gabriel, Taciara, Marília e Brunão. Lá encontrei também pessoas queridas e cerveja gelada. Assistir a performance alucinada, irreverente e arrogante do João Lucas foi bom. E o som da banda sempre me agrada. Matei a saudade. Depois do show, dançamos Tim Maia, ótima forma de encerrar a noite!

Domingo: Após uma tarde abafada e monótona, de desânimo e calor, fui com a Taciara pra uma esquina próxima de casa, pra conversarmos ao ar livre, e com mais privacidade. E como conversamos! Todas as pautas possíveis foram incluídas. Englobamos tudo, as coisas mais corriqueiras e as mais importantes e sufocantes. Rimos de quase todas, já que rir é um velho hábito nosso. Entramos em vários entendimentos: discutimos nossos amigos em comum, falamos de mim, dela, e de nós dois, de uma maneira muito sincera e saudável, tranparente, aberta. Chegamos em casa com uma sensação de limpeza, de confiança e amor reforçados.

Numa relax, numa tranquila, numa boa.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Eu e meu antebraço

Acordei com a campanhia tocando, às 08:20 da manhã. Atendi. Era a Rejane, veio fazer faxina. Depois de recebê-la, voltei pra cama.
Me acomodei confortavelmente, fechei os olhos, ensaiei dormir.
Sucesso funesto.
Acomodei-me novamente, esperando ter então uma súbita e preguiçosa vontade de dormir.
Nada.

Estava deitado de lado, quase como os fetos humanos ficam pouco antes do parto. Meu antebraço direito, e a respectiva mão, estavam próximos a minha face e, junto com a cabeça, eram as únicas partes de minha magra anatomia que o cobertor não envolvia.
Abri os olhos. Notei meu antebraço lá, defronte a mim, pacífico, me olhando com certa ternura. A mão, meio fechada, involuntariamente, também me observava.
Mas foi a ele que dei mais atenção, sem premeditar. Encarei-o por mais tempo.
Olhando para meu antebraço um turbilhão de pensamentos emergirão.

O mais recente: a noite de ontem, ao lado dos amigos Taciara e Gabriel, foi agradabilíssima. Suas presenças em minha vida me proporcionam um bem-estar interminável. Assim como alguns outros queridos amigos também o fazem.
Pensei nos dois, no que conversamos ontem, no amor que os tenho, em como somos tão parecidos em algumas coisas e tão diferentes em outras, e em como tudo isso deixa tudo mais especial, único.

Pensei em como gosto de Suindara. De sua mãe e irmã, sempre tão educadas, inteligentes, engraçadas e acolhedoras. Pensei nos gatos de seu apartamento, no tempo em que a conheço e em algumas coisas que ela me ensinou e vice-versa. Lembrei-me do CD que tenho que devolver, antes que ela me mate!

Pensei na Nathalya e em como nos damos tão bem. Uma outra surpresa da vida, que além de tê-la já como amiga, é também ótima parceira de trabalho, com quem tenho sempre tanto prazer em labutar, conversar, ouvir, teorizar, discutir e beber cerveja.

Um certo arrependimento por ter fumado ontem, visto que parei de fumar a 2 meses e 13 dias, e sei que fumar de vez em quando atiça em mim a vontade de retomar o vício, que tão penosamente deixei. Pensei em como sou fraco.

Pensei em como quero acreditar no que o rapaz ruivo quer dizer por meio da letra de "Bom Par", dos cariocas da Moptop.

Pensei em algumas ideias de textos e reportagens que sempre retomo em mente e sempre esqueço de anotar.

Levantei, liguei o computador, li meus e-mails, deu uma fuçada no orkut e postei.

O dia será agradável. Céu limpo e sol brilhando. As crianças, em sua maioria meninos, de férias da escola, estão soltanto pipa lá fora já desde o começo da manhã.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Aqui ó!

Tô vivo, ainda!
Abandonei este blog nos últimos dias devido ao acúmulo de atividades. Provas, revista pra fechar, pré-projeto de TCC, enfim, estava tão cheio de coisas importantes que não me sobrou tempo nem para dormir direito, que dirá postar aqui.
Tanta correria e noites curtísimas de sono me fizeram emagrecer 1 quilo.
Ótimo não? Não.

A semana tenebrosa de provas e da entrega do pré-projeto, que faço em parceria com a brother Nathalya Toaliari, acabou finalmente. Nas provas, tudo foi tranquilo, mas para fazermos o pré-projeto, sofremos um bocado. Mesmo com a divisão de tarefas, nos reunimos em duas noites que se estenderam muito. Na quinta-feira, minha cara colega foi embora de casa às 3:15 da manhã, já na sexta.
Por um instante pensamos que não seria possível entregar o projeto em tempo, como a professora havia combinado com toda a turma. Mas fizemos tudo bem direitinho, e na sexta-feira a noite, o trabalho estava na mesa de nossa mestra, lindo lindo!

A Taciara fez a cirurgia bariátrica (redução do estômago) na terça-feira passada. Apesar do medo que sentimos, correu tudo bem. O estômago dela foi grampeado com grampos de titânio (acho isso chique!). Ela não poderá mastigar por 30 dias.
A recuperação está indo muito bem, e ela fumou escondido duas vezes depois da cirurgia, mesmo tendo recebido ordens expressas no médico para não fumar, pois o cigarro prejudica a cicatrização. Passou mal, bem feito. Bem feito agora, que temos certeza de que não aconteceu nada, mas vê-la prostrada na cama deu medo.


Em relação ao fumo, tenho que confessar, fumei um cigarro gente. Foi na quinta-feira, depois de 17 dias consecutivos sem contato com o maldito. O crime se deu em casa, durante nosso trabalho de TCC. Havíamos tomado algumas latinhas de antarctica, pra tentar relaxar enquanto fazíamos tudo. A noite foi esticando... esticando... esticando... e não aguentei a pressão. Peguei um cigarro da Nathalya, acendi e fumei.
Se foi bom? Em partes.
Senti a leve zonzeira e a sensação de relaxamento que a nicotina provoca, mas logo depois senti o gosto amargo na boca, que me causou enjoo até adormecer.
Depois dessa recaída relâmpago, nunca mais.
Se desconsiderarmos a recaída, que afinal foi de apenas um cigarro, um único cigarrinho, light ainda, estou a 24 dias afastado do vício. Gabriel Torralbo, mais conhecido na Faculdade de Direito da UFG por Torralbão, disse que depois de eu ter fumado apenas um cigarro, devo começar a contagem dos dias sem fumar a partir dele, zerar tudo, ou seja, anular completamente minha dor e meu sofrimento de 17 dias sem voltar ao trago. Não concordo, portanto a contagem oficial dos dias em que me encontro sem fumar são 24, em 03/06/2009, visto que não fumei nenhuma vez cotidianamente, e o fato isolado não caracteriza vício algum, mesmo para um viciado em processo de recuperação.
E tenho dito. Porra!
Para disposições a favor do "Torralbão" e contra meus argumentos, já deixo a resposta adequada: - Vai pro inferno, você não sabe o quanto é ruim parar de fumar, caralho!

Mais 24 horas!

domingo, 17 de maio de 2009

Diário do ex-fumante - 5°, 6° e 7° dias

Estava muito atarefado para postar antes.
Mas sigo em minha obstinada luta contra a porra do tabaco.

Sexta-feira: Durante a manhã não senti vontade de fumar. O pigarro matinal quase acabou. Senti vontade depois de almoçar, quando fiquei ligeiramente ansioso; no geral meu estado de humor melhorou em relação aos outros dias. A sensibilidade e irritação bem mais controladas.
Depois da faculdade, fui para o Bar do Preto com o pessoal da faculdade. Aí que eu briguei com o cigarro mesmo. Após ter deixado o trago, essa foi a primeira vez que fui a um bar: cerveja é a maior anfitriã para o cigarro. Ciente disso, quando cheguei ao bar pedi um refrigerante. Tomei minha inocente bebida até o fim, tanquilamente.
Mas não aguentei por mais tempo. Peguei um copo e me servi de cerveja. Que maravilha! Gelada, desceu por minha garganta fazendo a carícia que só ela sabe fazer. Então, me deu um vontade louca, muito louca, dentro de mim, de fumar. Imediatamente minha mente projetou a figura:
Segurei a onda, driblei o goleiro, e matei o leão. Não fumei.
Senti, ao chegar em casa e me deitar, uma sensação de que havia ganho uma pequenina luta, mas que me parecia tão grade. Um brinde a mim.

Sábado: Dormi o dia todo. A vontade de fumar me acometeu mais fortemente que na sexta. Não sei a razão. Presumo que tenha sido o ócio. Durante o tempo em que fiquei acordado, conversei bastante com os convivas da casa.
Também ajudei a Taciara a fazer o blog dela: http://taciarabonifacio.blogspot.com/, o que tomou boa parte de minha noite. Depois de muita risada e dicussão, o blog dela ficou com essa cara:Fui ver filme até de madrugada e adormeci com a vontade salivante de sentir o trago me preencher.

Domingo: Trabalhei pela manhã e tarde. Os sintomas mais sôfregos não me incomodaram substancialmente, o que me deixou mais tranquilo. A vontade de fumar ainda é bastante forte após as refeições, o velho hábito puxado meu pé.
Fui ao supermercado comprar sorvete com o João Neto, depois terminei um trabalho para a faculdade e encerro minhas atividades com este post.

Mais 24 horas!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Diário do ex-fumante - 4° dia

É... Realmente não está fácil.
Hoje também acordei com o humor um tanto melhorado. Estranho. Mas como ontem também acordei melhor disposto, creio que acordar melhor pela manhã pode ser considerado um ponto positivo.

O pigarro, que ontem já apresentava a tal redução, hoje quase desapareceu, mas ainda está presente. Obviamente a redução do pigarro é outro ponto positivo.

A irritação diminuiu um pouco, o suficiente para notar que ela diminuiu. O que também aconteceu com o mau-humor ao longo do dia. Mas ainda incomodam.

O que não ficou menor nem parece querer ir embora é a sensibilidade. Agora elá é o pior de tudo. Está insuportável. Os olhares e minha direção já interpreto como proibitivos ou rancorosos, estou mais propenso às lágrimas, o que me enoja e irrita, na medida em que fazem eu me enxergar como tremendamente patético. Os problemas tomam uma forma muito maior do que a real, e quando isso acontece a vontade de acender um bom cigarro aperta.

A sensação de que somente fumando conseguirei me concentrar nos estudos, despertar do sono, ter mais energia para fazer algo, ou controlar meu estado emocional, ainda está muito presente.

Para esta quinta-feira tenho uma novidade funesta, aliás, duas: dor de cabeça e azia. Esta deu seus primeiros sinais ontem a noite, logo depois que cheguei da faculdade. Já a dor de cabeça começou mais ou menos no horário em que normalmente fumaria o primeiro cigarro do dia, e ainda está aqui, doendo, doendo e doendo. Um inferno.

O ímpeto de pegar um cigarro me toma imediatamente após cada refeição, hábito que logo se fixou assim que comecei a fumar cotidianamente, ou seja, há três anos atrás.

Outro momento em que tenho maiores vontades ao trago é quando sento-me para editar ou escrever um texto. Nessas horas tenho a sensação de que fumar me relaxará e abrirá minha mente para fazer um bom trabalho. Acompanham essa vontade algumas indagações que querem justificar conscientemente meu vício: "para que parei de fumar?" "preciso mesmo passar por isso só para ter mais qualidade de vida?" "onde eu quero chegar com isso?" "vale a pena?".

Quando isso acontece fico realmente ansioso, mas geralmente essa angústia chega ao fim em cinco ou dez minutos.

A vontade de desistir ainda me comove, mas persistir me parece racionamente mais interessante.

O que acho mais incrível nisso tudo é o fato de um rolinho de fumo + porcarias venenosas adicionadas, consegue ser mais forte que um ser humano racional de 1,76 metro de altura.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Diário do ex-fumante - 3° dia

A idéia é essa, ir postando algo como um diário de um ex-fumante. Pelo menos enquanto essa fase mais trash não passa, escrever sobre ela pode servir como uma boa terapia, apesar de ainda não ter aparecido nenhum efeito que minimize o que estou sentindo com a interrupção abrupta de meu ex-vício.
Comer demais não está ajudando, comer chocolate também não. Escrever também não, mas esta me parece ser a alternativa mais sensata para controlar meus impulsos recorrentes de acender um cigarro e também pode servir para trabalhar melhor a ansiedade, o mau-humor, a sensibilidade, a irritação e a sonolência. Além do mais, escrever sempre me foi mais útil que qualquer outra coisa.
Enfim, vamos ao relato do terceiro dia sem cigarro.
Hoje acordei mais cedo que o habitual, para estudar antes de trabalhar. Notei que acordei em um estado de humor mais razoável, como há muito não acontecia. Seria esse um primeiro sinal vantajoso? Ainda especulo.
Outra coisa relevante é o pigarro. Não, ele não acabou, mas sempre foi mais acentuado pela manhã. E hoje, estava em menor quantidade. Notável redução. Segunda vantagem? É, concretamente falando, pode ser.
Agora falemos sobre as coisas ruins: os sintomas de ontem continuam hoje: mau-humor, sonolência, sensibilidade e irritação.
Tudo está tão irritante para mim, que estou implicando até com a cara de quem se senta ao meu lado no ônibus... um horror. As roupas das pessoas estão me parecendo tão feias, bregas. As vozes, estridentes e insanas. Acho que isso é o pior de tudo. Ou seria também recorrente a vontade de chorar e desistir da briga?
"Força!" Eu penso. "Não fuma véio, não fuma." Eu penso. "Se concentra nas vantagens de não fumar." Eu penso.
Estou pensando...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Tô lascado!

Parei de fumar.
Tô lascado!
Foi ontem o primeiro dia, portanto, e obviamente, hoje é o segundo.
Domingo foi o último dia que fumei. Na segunda não fumava mais.
O primeiro cigarro, da manhã, passou e eu aguentei. O segundo, o terceiro, o quarto.
Pode ser conhecidência, mas, ao sair do trabalho, estava tão indisposto que não fui para a faculdade. Só a imaginação de ter que ir estudar e depois voltar para casa tarde da noite, me deixou ainda mais prostrado. Fui para casa, dormi, acordei, futriquei na internet, e dormi novamente.
Hoje, os sinais mais fortes da abstinência parecem ter chegado. Digo isso pois já parei de fumar outras três vezes, e como se pode notar, não fui forte o bastante em nenhuma das tentativas anteriores.
A saber, hoje estou também muito sonolento, mas além disso, surgiram os outros sintomas que tanto temia, por conhecê-los de longa data: irritabilidade profunda, sensibilidade, um tanto de ansiedade - se bem que ela não está me incomodando tanto quanto as outras duas -, e um pouco de mau-humor, que este sim, está me incomodando muito.

Eu não sei se vou parar definitivamente de fumar. É claro que a intenção é que sim.
Não é fácil, não é nem um pouco legal, mas estou tentanto.
Fico pensando, principalmente quando surge a vontade mais forte de fumar, na razão de ter decidido parar, e também no por quê de ter começado com essa porra.

Para finalizar, estou neste momento me entupindo de chocolate, uma fuga temporária, que até agora só está servindo para dissolver meu dinheiro, pois por enquanto, não está ajudando em nada.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

51!

Olá!
Bem-vinda(o) a postagem de número 51 deste blog já tão querido de toda a população alfabetizada e internauta do país.
Se colocasse aqui a logomarca da cachaça Pirassununga, ficaria muito clichê
Um número tão sugestivo pede assuntos alcolizados: falemos então do fim de semana, que muitos erroneamente chamam de final de semana, argh!
Pois bem, na sexta-feira, o feriado, fomos tomar sorvete, Marília, Taciara, João Neto e eu. Na sorveteria, como sempre, conversamos e rimos aos baldes. Indo embora, tivemos a idéia de esticar o nosso programinha classe média; sugeri irmos para um bar. Elegido: Fa.ve.la. Chic.
Chegamos e pedimos Antarctica Original. A cerveja estava devidamente gelada e logo percebemos que haviamos perdido um tempão tomando sorvete! João Neto não bebe, tomou suco de frutas amarelas, pêssego e manga, cada uma à sua vez.
Conversamos bastante ao som oitentista que tocava no bar aquela noite. Deu até para curtir Personal Jesus com Depeche Mode, Guns'n Roses e Ultraje a Rigor.
O bar fecha sempre a meia-noite, então nessa hora fomos dormir.

O sábado: trabalhei. Cheguei em casa e arrumei umas coisas.
Às sete da noite a Suindara passou em casa e fomos ao casamento de uma amiga da faculdade: Jordana Melo, que trabalha na revista de agronegócios Produz. O casamento atrasou, mas ela estava linda. O sermão foi enooorme, mas foi bonito. O noivo? Apenas 19 aninhos.
Após a celebração em uma igreja protestante, fomos ao jantar. Comidinha boa, pessoal da faculdade reunido, todo mundo em trajes bem melhores do que normalmente vemos uns aos outros. Achei meio estranho, mas todo mundo estava bem vestido, inclusive eu.
Nos despedimos da noiva, Suindara e eu, e fomos ao Hangar, um bar do qual nunca tinha oucido falar antes, para encontrar os amigos Marília, Taciara, Caio e seu tumor Beto. Mais conversa, mais risadas, discussões sobre a origem do homem americano, modos de vida, índios, europeus, genética e outros assuntos provenientes do Caio(...), até que ele e o tumor, digo, o Beto, foram embora, como sempre fazem. Justa da vez: Beto presta concurso público no dia seguinte.
Abandonadas, as meninas e eu (que não sou menina), decidimos dar um jeito na vida: fomos tomar no Kuka. Vinho pra todo mundo, e pinga pra Suindara.
Conversamos ainda mais, rimos ainda mais, e eu encontrei por lá uma antiga colega que abandonou o curso de Jornalismo já faz tempo: Érica e sua amiga e ex-namorada Renata. Foi bom tê-la visto, saber que está bem, seguindo sua vida como Deus quer e o capeta não atropela.

E nisso tudo o Gabriel viajando, porra!

Domingo de ressaca coletiva aqui em casa. Cama o dia todo, terminamos com sanduíche.

Notas relevantes: Tiago Saraiva despencou de Uberlândia até aqui. Matamos a saudade.
Gabriel Torralbo despencou daqui para os confins do interior ver seu primo. Estamos com saudade, porra!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ensaio sobre a cegueira, digo, bandeira

Veja agora as 25 bandeiras mais belas, eleitas por este blog, dentre todas as que existem hoje no mundo.
Aqui não são considerados aspectos políticos, históricos ou significados de qualquer espécie. Apenas a estética, vazia, fútil, e se for possível, irreverente.


África do Sul: cor e forma em dose certa.

Albânia: parece até logo de grife.

Alemanha: forte e sóbria.
Arábia Saudita: a espadinha deu o toque rebuscado.
Barbados: azul e amarelos em tons fechados. Atenção para o tridente estilizado, um luxo.
Camboja: pode ser usada como faixa de cabelo ou artigo de decoração.

Cuba: o tom de azul da bandeira do Camboja. Deve ser o azul curinga das bandeiras.

Espanha: o vermelho das faixas vermelhas é o mesmo tom dominante no brasão, que é muito bem posicionado.
Estados Federados da Micronésia: tão fofa quanto as ilhas ficam no mapa mundi.
Estônia: qualquer um faz isso no Paint, o difícil foi ter pensado uma harmonia dessas.
Israel: a estrela é a estrela principal da peça.
Japão: um brinde ao minimalismo.
Letônia: é triste, mas a tristeza tem sua beleza.
Liechtenstein: chic é ser básico.
Macedônia: sabendo fazer, até o exagero cai bem.
Montenegro: o ar medieval daria um ótimo tapete para sua biblioteca.
Nigéria: a combinação de verde e branco me chama a atenção desde criança.
Paquistão: o verde mais forte casado com o branco, sempre tão limpo.
Reino Unido: preciso falar alguma coisa? Preciso: é clássica, a mais rock'n roll de todas elas.
Seychelles: disposição muito bem pensada, não ficaria bom de nenhum outro jeito.
Singapura: a pior entre as melhores.
Somália: prima da bandeira dos Estados Federados da Micronésia, só que mais simples.
Tunísia: meio mística, meio esotérica, faz a linha bandeira com estrelinha.

Turquia: não tô falando... Nessa, a estrelinha brigou com a lua e parece estar fugindo.

Uruguai: o sol estilizado, vitorioso, quase hippie.

É carnaval... É rock’n roll¹

Para quem não encarou ver desfile das escolas de samba na televisão, ou pular carnaval com marchinhas, axé e funk, o Grito Rock, organizado pela Fósforo Cultural - e já em sua terceira edição -, foi a opção dos goianienses rock’n roll. O som rolou no bom e velho Matim Cererê.
O grito começou ainda sob a luz do sol, às cinco da tarde, com bastante calor. Além das bandas tocando no teatro, os presentes também contaram com som eletrônico na tenda Medusa, onde tocaram dez DJ’s no total, que revezaram até o fim da festa. Destaque para quem fez a galera levantar e dançar ficou para Rodrigo Feoli, Rafael Oops (DF) e para a mineira Misimpatia.
Simultaneamente as bandas ocuparam o palco do teatro Yguá, e a primeira a tocar foi Zicados (GO). Os meninos mostraram um punk bem juvenil e divertido, com influência cinquestista. A galera mais nova curtiu bastante. Logo depois, as cinco meninas da Girlie Hell fizeram um som despretensioso com um toque de pop. Elas tocaram um rock mais clássico e compassado, deixando à vista também certa influência punk. Já Postfive puxou para o hardcore e metal, numa junção dos estilos que agradou os espectadores mais jovens. Fizeram um show animado, mas a bateria não ajudou muito, faltou um pouco mais de ensaio.
Quando o sol se escondeu entrou Madame Butterfly e o Burlesco, que deu um tom mais maduro de público. A proposta da banda é uma mistura de rock e eletro, com uma levada teatral. As letras, irônicas e bem humoradas, vão da crítica de hábitos contemporâneos ao sinuoso jogo do amor. Em seguida subiu ao palco Cine Capri. Depois de mais de um ano parada a banda voltou com nova formação, mantendo apenas a vocalista Geórgia. O show foi pré-lançamento do primeiro álbum da banda, Pipoca, e foi comportado. Apresentaram músicas leves, com boa pegada oitentista, e um rock harmonioso, quase de família.
Mas o clima família não durou nada. Johnny Suxxx & The Fucking Boys fez um show misto de trash e glam, como de costume. O som, pesado e quente, soou irritadiço, e caiu nas graças de quem esperava algo mais malvado. Ponto alto para a performance do vocalista João Lucas, da guitarra agitada e da bateria bem acentuada. O Garfo, banda cearense, foi a próxima. Com a fórmula mínima: baixo, bateria e uma guitarra, eles mostraram aos goianos o som que sabem fazer. Sem vocal, o som da banda é orgânico, mescla pop dançante e rock’n rol em um trabalho que explora muito do que seus instrumentos oferecem. O show foi animado, um dos melhores que já fizeram, segundo o baixista Felipe Gorgel.
Nuda, de Pernambuco, seguiu a linha nordestina de fazer música. O som, que tem forte influência da cultura pernambucana, é intenso e melodioso, e condiz com as letras de autoria do baterista Scalia, que se reporta ao regionalismo que a banda cultiva. Tocaram uma versão bem feroz de Ode aos Ratos, música de Edu Lobo e Chico Buarque, surpreendendo quem assistiu a apresentação. Depois de Nuda, foi a vez de o rap marcar presença. MC Dyskretto, ajudado por Gigante e Erick Flow Men, empolgou quem gosta do som, e enquanto o restante do pessoal dançava Michael Jackson na tenda, quem ficou no teatro sentiu energia que os rapazes têm.
O som pesou de novo quando The Melt (MT) fez a sua parte do festival, tocaram quatro músicas bem intensas, e encerraram com uma performance medonha e infernal do mítico From Hell. Para encerrar, o eletro irreverente de Madame Mim. É a segunda vez que a artista vem à Goiânia. No show ela subiu nas caixas de som, fez toda sorte de acrobacias, e seu humor fez a galera pular do começo ao fim, numa apresentação meio dança meio música.
Além de tudo isso, deu também para comprar alguns penduricalhos. As grifes Fabulosas Desordens, Joe Lucky, Bode Camisetas e Pin Up colocaram camisetas criativas e uma infinidade de acessórios a venda durante o festival. A atenção precisou ser reforçada para ver tudo o que rolou no Grito Rock desse ano, e o carnaval mais rock’n roll da cidade foi marcado pelo tom plural que a música consegue transmitir.
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¹Texto criado em uma segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009 17:30:00, a convite do João Lucas, para o site Fora do Eixo. Foi bom cobrir o festival e depois fazer o texto. Quero trabalhar com jornalismo até que um de nós morra; ou eu, ou o ofício.

Alucinação Virtual¹

Conheci pessoalmente, recentemente, um programa de áudio que está virando febre entre os jovens, I-Doser é o nome.
Como dizem, e testemunham pela internet a fora, quem ouve as faixas de áudio do programa, batizadas de dose, têm as mesmas sensações de quem usa drogas orgânicas, as de verdade. Os nomes das doses são bem sugestivos: Cocaine, Marijuana, Absinthe, enfim, nomes que indicam que, se você usar a dose, será como se tivesse consumido a substancia real.
Existem comunidades na internet com mais de cinco mil participantes, apenas no Brasil, que usaram, e testemunharam o que sentiram. Tem gente que fala que correu atrás do próprio cão, pensando que este fosse um periquito, outras pessoas afirmam terem ficado muito leves, alguns dizem que viajaram na maionese, e todo tipo de experiência que se possa imaginar, terem vivido graças ao alucinógeno programa, que pode ser baixado gratuitamente, se paga apenas pelas doses, mas também há meios de se consegui-las sem ter que pagar um vintém, digo, um real por isso.
O bom dessa novidade é que, se ela funciona mesmo, como andam dizendo e jurando, teremos menos pessoas comprando drogas ilícitas e ajudando a financiar o sistema do tráfico de drogas e do crime desorganizado e as pessoas ficaram mais relaxadas também, menos estressadas, e conseqüentemente, mais educadas. O ruim, é que, como o brasileiro adora um computador, uma novidade virtual, teremos mais de sete milhões de brasileiros alucinados por aí. Vai ser uma pandemia, todo mundo tendo “onda” na fila do banco, dentro do ônibus, nas salas de aula, nas salas de espera, nas pistas de caminhada coletiva – o famoso Cooper. Sim, porque é possível carregar as doses em aparelhos de áudio portáteis.
As coisas serão no mínimo mais engraçadas, imaginemos: você está esperando para falar com o seu médico e a mulher ao lado começa a rir sem parar e a falar coisas sem nenhum nexo, olha pra você e te dá um abraço, diz que te ama e começa a chorar, assim, sem mais nem menos. Ou, na fila do banco, o cara atrás de você de repente, acredita que se transformou em um cavalo e sai pelo lugar, dando coices nas pessoas. O mundo vai mesmo acabar.
É isso aí, as pessoas vão se drogar como nunca, a África continuará sendo o celeiro da fome e da AIDS e o Partido dos Trabalhadores (PT) será sempre chamado de “de esquerda”, por mais neoliberal que ele seja.
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¹ Texto criando em uma terça-feira, 13 de novembro de 2007 00:31:00, para alguma disciplina do meu curso de Jornalismo que agora não me lembro qual.

Nem só de paixão vive o jornalista¹

Muitos dos estudantes de Jornalismo têm verdadeira paixão pelo curso que fazem, realmente muito fascinante. Muitos, não todos.
Pelos corredores e salas de aula das faculdades que se propõem - mas nem sempre conseguem - a ensinar o ofício jornalístico, é notável a diferença, até mesmo na postura e na expressão facial, dos que amam essa atividade e daqueles que pretendem fazê-la por um outro motivo qualquer.
Jornalismo é uma atividade extremamente cotidiana. É preciso gostar muito do que se faz, ter paixão por comunicar, gostar desse trabalho, que é feito dia por dia, sem rotina prévia, sem mesa de escritório, sem roteiros programados e sem ar condicionado. Mas não só de paixão vive o jornalista. Saber o que faz é fundamental, entender o que se esta fazendo na rua, quando se está entrevistando alguém, é vital para que o repórter tenha sucesso no que faz. Mas parece que muita gente que está hoje estudando para ser jornalista, não se atenta para isso.
Muitas pessoas estão se formando sem saber grafar palavras simples, como auge, ou seu sinônimo, apogeu, sem saber regrinhas básicas de gramática, ferramenta com a qual o repórter trabalha todos os dias. Mas não penas isso muitos jornalistas estão saindo dos fornos sem ter. O mais importante para essa profissão, que é um exercício constante da ética, muita gente também não está levando consigo quando sai da faculdade e vai para as redações: formação ética.
Pode ser falta de interesse dos que preferem cuidar dos cabelos a se dedicar ao estudo dos padrões éticos da categoria, pode ser deficiência da escola que ensina e forma o profissional de comunicação social. Mas a verdade é que há aqueles que concluem seus estudos em Jornalismo sem uma formação, uma preparação ética realmente eficiente, e isso se reflete, inexoravelmente, no resultado final do trabalho desses agentes sociais, a mediação competente entre os fatos e as idéias com a sociedade.
Essa, além do mistério da vida, é a questão mais urgente.
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¹Texto criado em uma terça-feira, 20 de novembro de 2007, às 19:08:58. Orientado e revisado pelo jornalista e professor-muito-gente-boa Eduardo Horácio. Publicado no jornal laboratório Caderno 3, do curso de Jornalismo das Faculdades Alves Faria, lá no fim do mundo, onde eu estudo.

O valor do presente¹

Se você que estiver lendo isso, é porque ainda está vivo. É porque ainda pode fazer qualquer coisa. É porque vive nesse mundo, nesse país (até porque esse jornal ‘ainda’ não é distribuído em outro país!).

Você agüenta ver tanta coisa monstruosa acontecendo e ficar tranqüilo? Eu não.

Pense bem. Somos jovens ainda, tenha você a idade que tiver. Estamos no presente, o passado já foi e muito dele está registrado. Mas o ‘agora’ é a única coisa que realmente temos, e o que está na nossa frente? Só o que a gente quiser. A gente ainda pode fazer do mundo o que quisermos. Podemos fazer desse futuro que não existe o que queremos que ele seja.

Se todo mundo parar de vez de ficar com o troco a mais que te deram, de pegar lanche com a mesma ficha, de furar a fila do banco, de sonegar a merda do Imposto de Renda, de jogar lixo na rua, de xingar o homossexual na rua, de bater nas prostitutas, de zoar a mulher feia na calçada, de por fogo no cara que está dormindo na rua e começar a exigir seus direitos, a cumprir seus deveres, a reciclar o lixo, a respeitar as diferenças, a parar de ver a Globo, a se importar com o trabalho de quem você votou para deputado estadual na última eleição, a pedir ‘por favor’, a procurar saber para onde vão os tributos tão caros que você paga, a dizer ‘obrigado’, esse caos em que está se transformando nosso planeta vai acabar.

Não estou sugerindo uma nova revolução socialista, quem me dera. Apenas estou implorando, pela vias que tenho - a comunicação, para que façamos as coisas certas, para que assim, todos nós, tenhamos um planeta digno para se morar, pois ele ainda é o único que conhecemos que apresenta condições vitais para que nossa espécie sobreviva.

Não dá mais para viver com tanta corrupção, tanto chiclete no chão (até rimou!), tanta arrogância, tanta buzina no trânsito, tanta falta de educação, tanto “jeitinho brasileiro”, tanto preconceito velado.

Somos nós os construtores do mundo, nós que podemos mudar as regras, que podemos refazer as coisas. Não é possível que você realmente queira que um país, tão nojento como esse que temos hoje, continue assim até você morrer.
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¹Texto criado em um domingo, 23 de setembro de 2007, às 06:21:00, para o fanzine ´Cu de Porco', um projeto que tinha com minha amiga Nathalya. O projeto não se concretizou, mas o texto ficou bem guardado. Achei por bem publicá-lo ao menos uma vez, aqui.

Então eu estou aqui¹

Então eu estou aqui, fazendo Jornalismo, cheio de expectativas e medos do futuro. Longe de casa, com saudades dela, da minha casa. Com amigos, em uma casa que construímos com poucas desavenças e muitas gargalhadas.
Bate sempre uma sensação de futuro que me enche de ar, me sufoca, é bom, é estranho e dá vontade de chorar. Não sei onde vou chegar, tenho medo e espero com vontade.
Cair na real dói. Ainda estou em queda, acreditando que nunca chegarei a esse chão que muitos parecem ter chegado, mas que duvido se realmente estão lá. Nem sei ao certo o que será de mim, de nós, de todos nós. Viver é estranho. Tenho vontade de morrer, mas tenho vontade de ser eterno, carne imortal. Tantas coisas boas a fazer, ouvir, ver, sentir, falar, fazer conhecer, conhecer, se chocar, assustar e entusiasmar.
Agora faltam palavras. Mas sei que no momento, além de ir dormir, preciso me desprender de correntes das quais não me deixo libertar. Trabalhar sem me cegar, pensar e produzir simultaneamente, e fazer devagar o futuro que hoje penso ser o meu melhor pra viver.
As pessoas que amo me parecem eternas, pensar em perdê-las é doentio. O mundo me parece tão fantástico que sinto que posso degluti-lo em um só gole, mas me faltam as forças e fico atônito com tudo o que é a vida. Nem sei se existimos. Quando me ocupar o suficiente para não mais ter tempo de deixar coisas assim me surgirem à cabeça, não sei se acharei bom ou ruim, parece que perco tempo movendo os braços. Cair na real dói
Amanhã o almoço é meu. Carne vermelha.
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¹Texto escrito em uma sexta-feira, 17 de agosto de 2007, às 02:54:00.
Faz um bom tempo!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

?

Eu faço a matéria sobre o Teatro Inabado e tento ver com o professor se ele põe a matéria na revista?
Eu tento finalizar a matéria sobre animais domésticos abandonados com a Suindara e tento ver com o professor também se ele põe a matéria na revista?
Eu corto o cabelo assim ou assado?
Eu compro um tênis ou uma calça?
Eu saio do emprego e procuro um estágio na minha área?
Eu faço o ensaio fotográfico com a Suindara?
Eu caso ou compro uma bicicleta?
Se comprar a bicicleta, compro azul ou amarela?

Estou em dúvida mesmo.

Batendo um AVON

É uma pena que a AVON, empresa de cosméticos, não esteja me pagando nada por citá-la em meu querido blog, mas tudo bem, tudo pelo bom humor.

Mas nao é disso que trataremos na aula de hoje, mas sim da fórmula E=mc²!
Ops, também não é disso que vamos falar hoje. E isso aqui inclusive não é uma aula.

Tá, chega. Desculpe por mentir tanto em tão poucas linhas, fazendo você perder seu tempo e ficar irritada(o) comigo.

O que eu quero mesmo escrever hoje é a respeito daquele meu amigo, do post "Amigo é amigo, filho da puta é filho da puta", lembra? Não? Ah, lembra sim...
Então, hoje nós conversamos. Finalmente.
Já não aguentava mais essa situação. Nem eu, nem ele.
Após muito mal-estar e reflexão, batemos um "AVON: a gente conversa, a gente se entende".
No começo da conversa, pairou a falta de habilidade que acomete os humanos, quando estão de frente com algo contragedor.
Fomos falando, cada um a sua vez, cada um a sua forma, cada um com seu ponto de vista da história.
Falamos tudo o que queríamos, concordamos, discordamos, explicamos, justificamos e pronto:
estamos resolvidos. Tá tuuudo bem outra vez.
Sorrimos, brincamos, fizemos piadas, falamos da vida, como de costume.
Estava com saudade.

Era isso o que eu queria mesmo.
Até a próxima.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Vi e gostei...

...mostro pra vocês.

Desenho da Igreja Nossa Senhora de Fátima. Templo cristão em estilo gótico.

Não sei onde fica, no site não fala nem quando foi construída. Perdão.

Ó que bunitinho:

Amigo é amigo, filha da puta...

Amigo é amigo, filho da puta é filho da puta.

Sim, eu sei. Se somos amigos de alguém, devemos estar com ele, ou ela, para tudo, para o bom e o ruim, para o doce e o amargo da vida, para o ódio e o amor, para a paz e para a luta, para a roda de bar ou o filminho chato, para a cerveja gelada ou o leite quente.
Problema a gente resolve no melhor estilo 'AVON: a gente conversa, a gente se entende'.

Se o amor é verdadeiro, se o sentimento é forte, se sentimos que aquela pessoa vale a pena em nossa vida, as diferenças, os arranhões, os desamores e as mágoas ficam menores, mais fáceis de tratar. O diálogo sincero, transparente e respeitoso desata qualquer nó.

É assim que vejo a verdadeira amizade. É assim que tento, ao máximo possível, me relacionar com aqueles que acredito serem meus amigos mais íntimos. Aquelas e aqueles que me causam tanta alegria em amá-los que só de remontar suas imagens em minha mente logo me encho de esperanças com esse mundo calorento e injusto.

Mas nem sempre as coisas são assim tão belas. Teoria é teoria, prática é uma porcaria.

Temos, alguns amigos meus e eu, um grande amigo em comum. O cara faz parte da família de amigos, é brother. Amamos, admiramos, respeitamos, queremos e torcemos pelo seu bem. Gostamos da sua presença.

Acontece que ele parece esquecer de nós quando arruma um amor.
Tá, aí você pode pensar "mas gente, ele tem direito de arrumar alguém, não vai ficar grudado nos amigos até a morte, todos nós precisamos amar, transar, namorar, casar, formar uma família, seja razoável!"

Eu disse o contrário? Não, não mesmo. Eu sei disso tudo, eu também quero/penso/faço isso.
Mas, daí, esquecer os amigos, se ausentar assim a deixar um vão, um burado? Deixar até saudade de ver o cara, bater um papo, rir junto, trocar aquela idéia costumeira?
Isso soa como desapego, falta de afeto, abandono, pra ser mais trágico e fatalista.

Uma vez, a gente conversa, resolve, duas, três, cinco, dez. Tudo bem. Mas TODAS as vezes? Ah neeem, que bosta viu! Dá vontade de mandar ir plantar batata, pra não dizer coisa pior.

Vamos ver.
Snif, magoei.
E viva os amigos, todos, menos ele. Por enquanto.