sexta-feira, 24 de abril de 2009

O valor do presente¹

Se você que estiver lendo isso, é porque ainda está vivo. É porque ainda pode fazer qualquer coisa. É porque vive nesse mundo, nesse país (até porque esse jornal ‘ainda’ não é distribuído em outro país!).

Você agüenta ver tanta coisa monstruosa acontecendo e ficar tranqüilo? Eu não.

Pense bem. Somos jovens ainda, tenha você a idade que tiver. Estamos no presente, o passado já foi e muito dele está registrado. Mas o ‘agora’ é a única coisa que realmente temos, e o que está na nossa frente? Só o que a gente quiser. A gente ainda pode fazer do mundo o que quisermos. Podemos fazer desse futuro que não existe o que queremos que ele seja.

Se todo mundo parar de vez de ficar com o troco a mais que te deram, de pegar lanche com a mesma ficha, de furar a fila do banco, de sonegar a merda do Imposto de Renda, de jogar lixo na rua, de xingar o homossexual na rua, de bater nas prostitutas, de zoar a mulher feia na calçada, de por fogo no cara que está dormindo na rua e começar a exigir seus direitos, a cumprir seus deveres, a reciclar o lixo, a respeitar as diferenças, a parar de ver a Globo, a se importar com o trabalho de quem você votou para deputado estadual na última eleição, a pedir ‘por favor’, a procurar saber para onde vão os tributos tão caros que você paga, a dizer ‘obrigado’, esse caos em que está se transformando nosso planeta vai acabar.

Não estou sugerindo uma nova revolução socialista, quem me dera. Apenas estou implorando, pela vias que tenho - a comunicação, para que façamos as coisas certas, para que assim, todos nós, tenhamos um planeta digno para se morar, pois ele ainda é o único que conhecemos que apresenta condições vitais para que nossa espécie sobreviva.

Não dá mais para viver com tanta corrupção, tanto chiclete no chão (até rimou!), tanta arrogância, tanta buzina no trânsito, tanta falta de educação, tanto “jeitinho brasileiro”, tanto preconceito velado.

Somos nós os construtores do mundo, nós que podemos mudar as regras, que podemos refazer as coisas. Não é possível que você realmente queira que um país, tão nojento como esse que temos hoje, continue assim até você morrer.
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¹Texto criado em um domingo, 23 de setembro de 2007, às 06:21:00, para o fanzine ´Cu de Porco', um projeto que tinha com minha amiga Nathalya. O projeto não se concretizou, mas o texto ficou bem guardado. Achei por bem publicá-lo ao menos uma vez, aqui.

Um comentário:

Thiago Augusto" disse...

esse eu acho que vou ler na reunião :D adorei!