terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um tapinha não dói

Chego em casa cansado da faculdade, com fome e ainda cheio de coisas pra fazer.
Entro na net, pra seguir o roteiro de sempre: email, outro email, orkut, os blogs, e agora, o twitter.

De súbito, eis que surge no bate-papo do email o cara-legal-engraçado-inteligente-bêbado, puxando conversa. Nada mais normal. Como é sempre agradável, retribui ao diálogo, como de costume.

Até que ele disse:

— Não vai rolar entre vocês, Marcellus.

E eu, meio que mostrando que não me importo, e que o que ele dizia não era nenhuuuma novidade:

— E você acha que eu já não saquei?

E a conversa foi pra outro rumo.

Na verdade, o que acontece: eu não sei.

Nos conhecemos, não o caraquetavabêbado, o cara de quem ele falou, ano passado. Ficamos por cerca de um mês, e cabô. Fiquei com a imagem, e o cheiro, e o gosto, e a voz, e a cor naturalmente alaranjada dos cabelos na minha mente por alguns meses.

Não foi nada de tão surpreendente assim, na verdade foi até bem comum, e inclusive, enquanto estávamos nos conhecendo, não pensei que nos afastando, descobriria que havia me envolvido tanto.

Mas me envolvi. Não sei explicar o motivo. Não fizemos jura me amor, não vivemos loucuras a sós, não aconteceu nada de mais. Depois de uma viagem dele, até nos falamos, mas nunca mais nos vimos. Ele se afastou sem nenhuma razão.

(Agora é a parte que você pensa: ah, Marcellus, não me venha com essa de abandonado sem explicações)

Não é disso que se trata. É o seguinte: depois de um ano, eu já tinha me esquecido de tudo, e mesmo quando me lembrava, já havia rolado outros casinhos por aí, eis que em um contexto meio íntimo e confuso pra expor aqui, me aparece o garoto dos cabelos alaranjados querendo me ver, me cheirar, me abraçar e me chupar.

Pois bem, vulnerável que sou, tudo aquilo que pensei por um bom tempo voltou, como se nenhum intervalo apagasse qualquer mínima lembrança que tinha do pouco tempo juntos.

No vimos uma vez, e por um acaso, nos encontramos novamente naquela merda de Pub. Rolou um beijo, uma conversa intencionada. Vulnerável que sou, fui lá, beijei, abracei, fiquei perto. Bebi tanto que fui embora meio maluco. E então, não o vi mais. De novo.

E eu devia ter calçado melhor a cara antes de topar o primeiro reencontro amistoso. Até tentei, mas como já disse, eu sou vulnerável.

Depois disso, tenho um artigo dele salvo no computador, as mesmas lembranças, a incerteza do que sinto, ou sentia por ele, e agora, a certeza de que "não rola nada entre vocês, Marcellus."

Por agora, acho que isso não vai ecoar tanto - se não tivesse ecoado eu não estaria aqui, chateadinho, postando no blog e me expondo sem limites - na minha mente, pela quantidade de coisas importantes a fazer até o começo de dezembro, mas depois, dependendo da conjuntura amorosa, vou pensar nisso tudo, com certeza.

Ele foi a única pessoa com quem já tive algo, que fez eu me sentir como um brinquedo. Sempre pensei que estivesse imune a essas ninharias sentimentais.

E eu que sempre desejei a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida, parece que aos poucos estou me transformando em um leviano, lassivo, avulso e incompleto. Uma daquelas caricaturas fáceis da TV, que só se ferram na busca de um grande amor. Pra terminar bem piegas.

Foi mal aê, pelo ataque de pelanca. Todo mundo tem direito vai...

Hasta siempre.

Um comentário:

Thiago Augusto" disse...

realmente. adoro ver voce assim, apaixonado e bobo! huahsausaushauh

e não me venha dizer que não está. pq tá e pronto.