domingo, 30 de dezembro de 2007

Patavina Nenhuma Associados

Em uma tarde de tédio de cara com o PC juntamo-nos [Thiago e eu] pra escrever patavina nenhuma (?)

> Tô com vergonha de ir a igreja;
< Não precisa ter vergonha;
> Ridículo;
< Mas temos que tentar, não?
> Nããão Oo kakakakkakaka
< Mas dispois da igreja vem a brahma [não a hindú] :)
> Eu adoro contradições;
< E eu adoro lesmas;
> Vamos deixar a igreja pra lá?
< Mas eu preciso beber Oo
> Então vamos beber, não precisamos da igreja;
< Mas trato é trato, você vai na igreja e depois uma loirinha ;D
> Eu não fiz nenhum trato :O
< Mas deu a enteder em toda uma tarde que iria, portanto, vamos! :@
> Isso foi conclusão precipitada sua! Não dei nada a entender.
< Off course que deu e fim de papo, áh, já te contei que eu adoro lesma?
> Não!
< Pois é, huhu, vamos arrumar que tá quase na hora de ir pra igreja?
> Não temos que ir na locadora?
< Eu levo os filmes pra igreja e de lá passamos na locadora, e depois o prêmio!
> A salvação? :O
< Não não baby, a loirinha ;D
> Eu adoro prêmios mundanos!
< E eu amo lesmas!
> Porque?
< Atoa, elas são cativantes *.*
> Elas são nojentas Thiago.
< Elas são cativantes Marcellus. :@
> Tudo bem, a amizade continua a mesma.
< Let's go to church.
> Aff -.-'

> = Marcellus
< = Thiago

P.S.: Texto criado por Thiago Augusto. Qualquer semelhança com a realidade não passa de mera coincidência.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Promessa de Ano Novo

Então está chegando a hora de comemorar a chegada de mais um novo ano em nossas vidas.

É agora que todo mundo muda a cor do cabelo, promete emagrecer, parar de fumar, diminuir na bebida, dar mais atenção aos filhos, terminar de ler aquele livro, viajar pra algum lugar em julho, bla blá blá...


2008 não será tão ruim, pelo menos eu espero. E já que é tradição prometer algumas coisas, prometo dar uma organizada nessa bagunça que é minha vida. Prometo terminar de ler o livro da Simone de Beauvoir, que inclusive tenho que devolvê-lo para sua legítima proprietária. Prometo tentar fazer umas coisinhas que deveria ter feito antes.

Se não cumprir nem metade de minhas promessas... eu nunca disse que prestava mesmo.


Um feliz 2008 para todos que lerem isso.

Sejam felizes no novo ano, que deixará de ser novo em fevereiro.


O mistério da vida é a questão mais importante.


Até a Estátua da Liberdade comemora a passagem de ano. Seria por que ela é tão francesa quanto a palavra "reveillon"?

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Branco e Vermelho

Estava tudo calmo, como em todas as outras noite. Alguns aqui, outros ali, esperando o momento de embarcar no veículo comprido que os levaria para onde queriam, ou precisavam, ir.

Então, assim como quem não quer nada, eles chegaram. Gritavam, riam, corriam, vestiam branco e vermelho.

Alguns tomaram água, outros fumavam - um deles veio até mim e pediu o meu para acender o dele -, outros mijavam. Esperaram juntos o mesmo veículo comprido que os levaria para casa.


Quebraram algumas coisas enquanto estavam por lá. Então a condução chegou. Se foram, todos juntos, gritando, rindo, correndo e vestindo branco e vermelho.


Voltarão a gritar, rir, correr e a vestir branco e vermelho novamente.


Quase não havia mulheres entre tantos alterados e animados, orgulhosos de serem homens, felizes porque o Vila ganhou.

domingo, 25 de novembro de 2007

Simpatia



Então, como já está devidamente registrado, a apatia acabou. Ela sempre acaba, e eu sempre acho que ela está demorando muito pra passar.

Não sou bipolar, quem me dera. Essa alteração de estado de espírito acontece com muitos exemplares de minha espécie, o homo urbanos informens.

Agora os ares são outros. Passado saudoso, futuro desejoso.

Aliás, o futuro está me dominando. A possibilidade de vida, do que posso fazer com ela, é tão intensa que me sinto prazerosamente sufocado.




O prazer de viver e de ter vivido já está de volta aos meus redores. Sinto aromas agradáveis, cheiro de vida, cheiro de noite, cheiro de mistério, cheiro de inspiração.

Ouço The Beatles e sinto outra vez vontade de voar.




A vida não é bela, mas está me parecendo mais fácil torná-la menos feia.
Assim é. Até que não seja mais. Não espero.



terça-feira, 13 de novembro de 2007

Apatia

Ultimamente a vida tem seguido assim, um tanto quanto apática.

O futuro não me motiva mais, o passado me parece apenas descartável.

Isso acontece pouco, e dura, quase sempre, pouco.

Mas parece que desta vez essa apatia está demorando a ir embora. Não sei porquê.

Enquanto ela não se vai, eu fico aqui, com esse olhar meio macambúzio, com esse farol baixo, com essas pálpebras meio abertas, meio fechadas, querendo fechar de uma vez.

Não sei o que acontece.

Merda.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O amor! Ah!, o amor, que palhaçada.


Finalmente o sentimento mais comum, ridículo, misterioso e estranho do ser humano se apodera de uma pequena parte de meus confusos pensamentos. Apenas uma pequena parte, estou me esforçando para que se mantenha assim.

Estou apaixonado. Desgraça. Sem correspondência, o que me motivaria a ser um grande escritor romântico, se eu estivesse no século XIX.

Mas estou no século XXI, e certamente nunca sairei dele, pois nem chegarei a ver seu fim.


Estou infeliz com tudo isso. Odeio a paixão, o amor, e coisas do tipo, pelo menos quando o amor e a paixão se destinam à pessoa carnalmente desejada. O amor que sento pelos amigos, por minha família, por mim mesmo e por algumas coisas do mundo, me são muito agradáveis.


Essa paixão, sem correspondência, não é correspondida simplesmente porque quem eu amo não me ama. O alvo da parte da minha mente responsável por esse sentimento idiota é meio inátingível. Em quem penso às vezes durante o dia e com quem já sonhei uma única vez, não sabe quase nada sobre mim, e a recíproca é verdadeira.


Nunca me declararei. Não há essa possibilidade. Eu sei.

Ficaremos, eu e esse sentimentozinho medíocre, em silêncio, até que ele se vá.

Não quero viver sem amar. Quero apenas amar alguém palpável.

Eu sou um idiota.

sábado, 3 de novembro de 2007

Escapando em nome de Marx

Ela é uma pedagoga marxista, trabalha em uma faculdade, um antro de sabedoria. Mas antes trabalhava em um banco, um antro de capital. Já tem mais de 40, cabelos cor de amora. Usa óculos grandes e pesados, pendurados em uma face com fortes traços negros.

Um tanto atrapalhada, não renovou a validade dos documentos de seu carro nem de sua habilitação, e assim conduzia pela cidade "sem mais aquela", a lá Chico Buarque. Até que um belo dia, dirigindo de volta para casa depois de um contestador dia de trabalho e investigações políticas - já rotineiras para ela -, se deparou com uma inescapável blitz, não a banda, uma barreira policial mesmo, instalada temporária e surpreendentemente na rua em que ela sempre passava.

O policial que a parou pediu que ela mostrasse seus documentos e os do carro. Ela pegou-os, devagar, meio vacilante, e entregou-os ao fardado. Ele examinou os papeizinhos (papelzinhos?) coloridos, se afastou, falou com um colega, voltou ao carro e disse a ela:


-- Minha senhora, saia do carro por favor, temos que conversar.


Meia hora depois, estavam todos os policias que trabalhavam na barreira daquele dia sentados no meio-fio, com os braços cruzados por cima de seus joelhos, olhando para ela, atentos, surpresos, e um tanto confusos com o que ela, de pé, no meio da rua, falava em alto e bom som, com sua voz rouca de fumante veterana.

Ela os ensinava o marxismo, a luta de classes, o veneno do neoliberalismo, o ódio aos Estados Unidos da América, a exploração na qual estavam submetidos, a alienação que dominava suas mentes até aquele momento.

Ela falou muito, respondeu a todas as perguntas de seus interlocutores, fumou, pediu café alguma vezes e se foi.

Chegou em casa sem ter multa alguma para pagar.

Ai, que calor!

O calor é grande. Grande e chato. Chato e quente. Quente e demorado.
Suo a testa, as maças do rosto, o peito, as costas. Dá preguiça, impaciência.

Não há vontade para nada.

Não acaba nunca esse calor. Todo dia faz calor, todo dia é dia.

O saco enche, a temperatura sobe, o Sol queima aqui em baixo e eu fico chateado de estar aqui.


Não odeio o Sol, o dia, a alegria. Não gosto é de muito calor, tanto calor, sempre calor.


E a vida segue, comigo suando, todos suando. Usamos desodorante. Mas não trabalhamos em um latifúndio, cortando a cana, colhendo os frutos da lavoura alheia.

Perto dos trabalhadores que fazem isso, meu suor é piada, e esse calor, tanto calor, sempre calor, é a temperatura do trabalho desses homens e mulheres, que nem têm tempo e disposição para se ocuparem em se irritar com o Sol, com esse calor, tanto calor, sempre calor.


Poderia fazer sempre 20°C para os trabalhadores e toda a gente honesta do Brasil, e 52°C para os políticos sujos e mal lavados, mas só para os sujos e mal lavados. Não pequemos pela generalização.


Ai, que calor!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Dúvidas Recorrentes

Eu não gosto do anonimato, mas não quero ir pro Big Brother.
Queria ser imortalizado, não imortal. Ser conhecido em vida e no pós-mortem por alguma (ou algumas) coisa boa que fiz pela humanidade me motiva a continuar, a querer fazer do mundo, pelo menos o mundo ao meu redor, um lugar melhor pra todo mundo.

Seria isso uma espécie de Paraíso, no qual não acredito.

O fato de existir sem ter pedido tal coisa e de não saber quando e como acabarei me incomoda muito. É como disse a um amigo recentemente, gostaria de viver o quanto eu achasse necessário. Decidir o momento de morrer seria confortável. Mas não queria viver o pouco tempo que vivemos geralmente.

Não sei porque temos que existir nesse mistério que é o mundo, o universo, a morte. Quem sabe o que existe depois do universo? Quem tem certeza de que existimos? Quem pode afirmar qualquer coisa?

Uma vez, em um filme, um cara disse que em algumas galáxias o intelecto humano é tão inferior que é considerado uma doença infecto-contagiosa!

Quando penso que um dia acabarei, simplesmente deixarei de existir, me sufoca, me desespera, mas eu me acostumo com isso.

Às vezes gostaria que qualquer entidade metafísica, divina e suprema, se materializasse na minha frente, mas tenho medo, apesar de desacreditar nelas. São medos inconscientes, mas que me fazem duvidar se estamos realmente sozinhos por aqui. Acredito que sim, acredito que não, não sei no que acreditar. Acreditar em mim não é muito bom. Pelo menos eu acredito que não minto pra mim.


Desabafos assim, como esse que acabo de fazer, me parecem ridículos.

A Musa Sem Nome

Então eu já estava cheio de tanto esperar.
Foi quando ela apareceu, rápida, avassaladora, com a voz rouca de fumante, e essa era mesmo.

Perguntou sobre o ônibus, olhando nos meus olhos. Respondi que demoraria. Ela se sentou ao meu lado, meio distante, meio próxima. Tinha longos cabelos castanhos, braços finos, pernas bronzeadas, olhos muito fundos de cansaço, e muito maquiados.


Fitei-a por um instante.
Perguntou se eu voltava do trabalho, disse que era da faculdade.

Perguntou se era Administração, disse que era Jornalismo.
Perguntou se eu trabalhava, disse que não.


Então ela começou a falar de si, acendendo e fumando apressadamante um relaxante cigarro. Disse que voltava do trabalho, já passava das 23 horas e ela começara a trabalhar às 7 da manhã, estava mesmo cansada. Cursava terceiro ano. Estava de partida breve para Teresina, Piauí, animada, mas nem tanto.

Era meio desajeitada, desesperada.


Quase no fim de seu cigarro, ela o ofereceu a mim. Aceitei. Fumei. Não poderia perder a chance de entrar, mesmo que tão miseravelmente, em seu mundo, passageiro para mim, meu mundo passageiro para ela.


Ficamos aí mais algum tempo, ela se decidiu por pegar outro ônibus, então se levantou, me desejou uma boa noite, quase sem perceber.
Se foi e levou com ela o nome que nunca mais terei a chance de perguntar.
Se foi como todos se vão, enquanto se cruzam.


Algum tempo depois me fui também. Cruzando com outros.

sábado, 27 de outubro de 2007

Outras Musas


Todos os dias da semana eu as encontro, sempre na mesma sala de aula, no mesmo laboratório de redação. Às vezes irritadas, como toda mulher, outras vezes gentis, como toda mulher, mas sempre graciosas da maneira de cada uma, como toda mulher.

Poliana é sempre muito séria, espírito corporativista. Temente a Deus, diz ter com Ele uma relação íntima. É elegante à sua maneira. Nunca usa decotes ou roupas mais voluptuosas. Direta e marcante, tem uma voz de seda. Já deu vida à Pollyanna no teatro, é atriz também. Multi talentos.

Letícia conheço pouco. Dona de longas madeixas escuras, tem o ar das autoritárias e a voz das boas fumantes, apesar de não fumar.

Bárbara é ruiva, artificialmente, mas isso não importa. Tem uma voz doce, conversa amigável. Discreta e observadora. Algumas vezes parece cansaça, com vontade de deixar tudo pra trás. Sempre gentil.

Arieny tem a meiguice das bonecas de porcelana que quase nunca encontro. Se veste e se porta como uma delas. É gentil e engraçada a sua maneira. Tem sempre uma imagem bem zelada.

Ingred anda a passos largos, rápidos e precisos, fazendo soar por onde ela passa o barulho do impacto de seus saltos altos com o chão, que só pode mesmo assistí-la passear por ele sem nunca olhá-lo, pois ela tem os olhos sempre postos à frente, ligeiramente para cima. Esses mesmo olhos altivos também se encolhem para rapidamente fitar os objetos de sua crítica observação. Fala alto, como aquelas que fazem questão de se impor.

Jordana é inconvenientemente engraçada, porém nunca coletivamente. Faz charme com freqüência. Gosta de rir e o faz com muito prazer. Conversa fácil e agradavelmente. Nunca me meu uma carona pra casa.

Sara é curta, apesar de ter boa estatura. Crítica e severa, nunca deixa passar uma boa oportunidade de fazer um comentário mais ácido. Não gosta muito opulência, prefere as coisas mais sinceramente simples.

Denise tem as melenas mais suaves do recinto. É gentil também. Preversa a cintura, por isso não abusa das calças de cintura baixa. Fala pouco, apenas o necessário. também não ri tanto quanto poderia. É discreta, e bela por isso.

Alinny é a proprietária de uma gargalhada que se faz ouvir de longe e de compridos cachos loiros que ela insiste em deixar presos, privando os olhos alheios de admirarem uma paisagem escondida, por não querer assumir a beleza que ainda não descobriu: a própria. Dirige lindamente, como quem está sempre muito atarefado.

Thaísa tem aroma de paz. Fala pouco e baixo, o suficiente para ser ouvida. É sem dúvida uma agradável companhia em qualquer tipo de mesa. Muitas vezes veste peças simples, tranqüilas, confortáveis e por isso sinceras.

Edlaine ri muito facilmente, basta olhá-lá. É atenciosa com as pessoas e amigável. Tem ar de melindrosa, mas não o é, mas sim muito solícita e prestativa.

Aline é a pequena notável delas. Sempre muito educada e cuidadosa, mistura muito de mulher e muito de criança, o que dá a ela um carisma estonteante. Fala em umas como mulher, competente, severa e intimidadora, e em outras como uma menina, que quer apenas que você diga a ela onde está escondido o pote de doces.

Enfim a minha preferida, Suindara, a instável e misteriosa coruja de mal agoro. Uma mulher de um charme próprio daquelas que frequentam casinos e cabarés. Tem as mais belas pernas desse condado, e sabe usá-las muito bem. É recatada, nunca fala um bom palavrão. É branca, como as inimigas do sol, como as vampiras amantes de Drácula. Alta, bem educada e impessoal, é a mais européia de todas as brasileiras que conheço.

São essas algumas das personagens de um pedaço da história de minha vida, que escrevo com a ajuda delas, mesmo que elas não saibam disso.

São mulheres, e merecem todo o meu respeito e admiração, por serem assim, tão belas, encantadoras, fortes, mulheres.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Fim do Plágio


A postagem "Musa de Mim" marca o fim da breve sessão de publicações que eu, o autor, vinha fazendo de Ensaios que não foram Registrados por mim, as letras de músicas que não compus.

Voltarei a publicar outras letras musicais particularmente importantes novamente em outros momentos. Por enquanto é o que temos.

Boa noite.

Musa de Mim


A vida não é mesmo mágica?




Hoje estava dentro do ônibus, voltando da faculdade, quando de repende se senta ao meu lado uma bela mulher, dona de olhos muito verdes, com os braços e outras partes do corpo totalmente tatuados. Eram tatuagens lindas, flores, tribais, estrelas, anjos, enfim, um ornato ambulante estava ali, do meu lado. Um tanto surpreso e encantado, voltei a ler o livro que tinha em mãos, porém já sem a mesma concentração de antes.






O trajeto seguiu sem interrupções por alguns minutos, até que nosso ônibus - meu, da bela tatuada, e de outros anonimos - passa em frente a um ponto de prostituição de travestis, quando a minha mais nova musa, vendo um travesti vestido minimamente, faz o seguinte comentário:






-- Podia ficar pelada logo de uma vez!






Achei um tanto engraçado o comentário de meu mais novo amor platônico.



Foi quando ela, bela e arisca, faz outro comentário, destruindo em mim com a mesma rapidez que fez nascer a ardente e louca paixão:






--Como é que tem gente que pode gostar de sair com uns trem desse jeito?!






Meu mundo caiu. Estava triturado. Não havia mais razão para viver. Respirar era como perfurar meu próprio coração.



Fiquei sem entender.






A minha musa, com tanta atitude - evidente em seus desenhos corporais, sua vaidade alternativa, suas roupas incomuns, seu cabelo imponente -, representa uma minoria social, assim como aquele travesti. Mas minha deusa não pensava assim. Com todo preconceito e juízo de valor, julgou e desmereceu aquele homem travestido de mulher que estava parado na calçada, esperando um novo e seco amor, fazendo seu trabalho.






Então o ponto de minha querida se fez chegar. Ela se levantou do assento ao meu lado, se virou, eu acompanhei-a com meu encantado e agora magoado olhar, até que ela se foi, para nunca mais voltar e se sentar ao meu lado, e me fazer a mais doce e incompreensível compainha nessas viagens longas e barulhentas pela cidade escura e fria, fria até mesmo quando faz calor.

domingo, 21 de outubro de 2007

Plágio 3


The Beatles - Lucy In The Sky With Diamonds
(John Lennon)




Picture yourself in a boat on a river
With tangerine trees and marmalade skies
Somebody calls you, you answer quite slowly
A girl with kaleidoscope eyes


Cellophane flowers of yellow and green
Towering over your head
Look for the girl with the sun in her eyes
And she´s gone


Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds


Follow her down to a bridge by a fountain
Where rocking horse people eat marshmallow pies
Everyone smiles as you drift past the flowers
That grow so incredibly high


Newspaper taxis appear on the shore
Waiting to take you away
Climb in the back with your head in the clouds
And you´re gone


Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds
Lucy in the sky with diamonds


Picture yourself on a train in a station
With plasticine porters with looking glass ties
Suddenly someone is there at the turnstile
The girl with kaleidoscope eyes


Lucy in the sky with diamonds...



Palavras minhas:

Essa música, composta em 1967, faz parte do álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, que é o oitavo dos meninos de Liverpool, lançado no mesmo ano. É uma música mágica, que tem uma letra também mágica, alucinante, no sentido mais entorpecente da palavra. Toda vez que escuto, tenho vontade de fumar.

The Beatles é uma banda muito famosa, popular. Venderam, fizeram, aconteceram, mas não é por isso que gosto deles, gosto deles porque são envolventes, inovadores. O sucesso foi conseqüência.

São outros que não saem lá de casa. Meus amigos íntimos, vivemos tomando uísque com Coca-cola, fumando e falando da vida alheia.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Plágio 2


Rita Lee - Esse tal de Roque Enrow
(Rita Lee - Paulo Coelho)

Ela nem vem mais pra casa, doutor
Ela odeia meus vestidos,
Minha filha é um caso sério, doutor
Ela agora está vivendo
Com esse tal de... Roque Enrow
Roque Enrow, Roque En...

Ela não fala comigo, doutor
Quando ele está por perto
É um menino tão sabido, doutor
Ele quer modificar o mundo
Esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele?
Esse tal de Roque Enrow?
Uma mosca, um mistério,
Uma moda que passou
E ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou!

Ela não quer ser tratada, doutor
E não pensa no futuro
E minha filha está solteira, doutor
Ela agora está lá na sala
Com esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow, Roque En...

Eu procuro estar por dentro, doutor
Dessa nova geração
Mas minha filha não me leva à sério, doutor
Ela fica cheia de mistério
Com esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow

Roquem é ele? Quem é ele?
Esse tal de Roque Enrow?
Um planeta, um deserto,
Uma bomba que estourou
Ele, quem é ele?
Isso ninguém nunca falou!

Ela dança o dia inteiro, doutor
E só estuda pra passar
E já fuma com essa idade, doutor
Desconfio que não há mais cura
Pra esse tal de Roque Enrow
Roque Enrow, Roque Enrow
Roque En...row

Palavras minhas:

A Rita é o máximo. Não consigo entender como pode existir uma mulher com tanta atitude e sacadas tão boas como as dessa magrela. O rock e a Rita são uma coisa só.

Gosto muito dessa música, composta em 1975 pela Ritinha, minha amiga íntima, e pelo Paulo Coelho. Dele eu não gosto muito não, mas a gente tem que abrir mão de algumas coisas pelos amigos, por isso eu suporto ele, por causa da Rita.

Essa música reflete bem o que penso sobre o Rock: é mágico, contraventor, inovador, revolucionário, uma forma de ver o mundo, não apenas bandinhas da MTV e munhequeiras de couro cheias de pontas metalizadas, coturnos de couro e roupas pretas, o Rock vai muito além disso, é uma forma de encarar a sociedade, uma forma de protesto sobre o que há de injusto e podre nesse mundinho banalizado e coisificado.

Você encontra a gravação original dessa música no álbum Rita Lee - Fruto Proibido, de 1975. Dá pra encontrar em CD, pois fizeram uma adaptação muito boa. Mas lembrando que em 1975 esse disco saiu em LP. Não, o CD não existe desde os primordios da humanidade.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Plágio 1



Secos E Molhados - Rosa de Hiroshima
(Vinícius de Morais)

Pense nas crianças mudas telepáticas
Pense nas meninas cegas inexatas
Pense nas mulheres, rotas alteradas
Pense nas feridas como rosas cálida
Mas Só não se esqueça da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária
A rosa radiotiva, estúpida inválida
A rosa com cirrose a anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada
Palavras minhas:
Essa música foi feita pelo Vinicim, meu amigo íntimo, e pelo Gerson Conrad, que também era integrante do Secos e Molhados. É uma música que trata do tema da bomba de Hiroshima, como é fácil perceber. Composição brilhante. A interpretação, também brilhante, fica por conta da voz fascinante e penetrante (no sentido mais respeitoso da palavra) de um outro amigo meu, Ney Matogrosso.
Esse pessoal não sai daqui de casa. O único inconveniente é que tenho que comprar muito mais cigarros sempre que eles aparecem (dando margem ao estereótipo dos artistas brilhantes ligados mais que imediatamente ao uso de tabaco, álcool e adjacências alucinóticas). Enfim, a música é excelente.

Justificativa de Plágio


Bom, por falta de inspiração e argumento suficiente no momento, publicarei neste meu espaço, algumas letras de músicas que fazem muito sentido pra mim.

São letras que falam por mim. Aquelas que eu gostaria de ter escrito, mas escreveram na minha frente!

São essas letras, musicadas, que fazem parte do meu universo de significados, são essas letras que sei cantar, que canto com toda voz, desafinada.

São essas letras que me trazem para aquilo que penso acreditar. São essas letras que admiro. São essas letras que transitem as mensagens que penso serem úteis para melhorar o mundo, para trazerem algum tipo de reflexão à quem as ouça.

Apenas isso. Postarei uma música por vez, ou não.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Coletivo do Pagão

Todo sábado eu vou de ônibus lotado para a faculdade, às sete horas da manhã. Estava no terminal Praça A, na espera de uma das três conduções que tenho que pegar para chegar ao meu recanto de sabedoria acadêmica, quando chegou um grupo de homens muito bem vestidos, portando suas armas, como eles costumam chamar a Bíblia Sagrada, e alguns instrumentos musicais. Os homens de Deus pararam bem atrás de mim e dos companheiros que esperavam o mesmo ‘busão’ que o meu, começaram a cantar um pagodinho gospel e quando o jingle terminou, um dos missionários começou a pregar. O problema é que ele estava gritando tanto que não consegui ouvir perfeitamente o rock que tocava em meu CD player. Mas quanto mais as pessoas do terminal faziam cara de desgosto e não davam atenção para o obstinado e gritante pregador, mais ele gritava.
Essa forma tão invasiva e até grotesca de pregar Deus apenas cria repúdio nos que presenciam esse tipo de "louvor", pelo menos é o que acontece com todo mundo que eu conheço. O bom, porém exagerado, homem do terminal quase voava no pescoço de quem não o assistia, querendo obrigá-los a dar-lhe a atenção.
Pelo que me consta, cada um tem o direito de crer naquilo que julga ser o melhor para si mesmo. Acontece que alguns religiosos e alguns ateístas tentam, de todas as formas possíveis e imagináveis, enfiar na cabeça alheia aquilo que acreditam, pois não aceitam que alguém não acredite naquilo que para eles é tão lógico. É como você ler a Bíblia para um usuário de droga que está sob efeito de alguma substância entorpecente. Ele não vai nem saber quem é Jesus, muito menos que alguém um dia colocou um casal de cada espécie de animal dentro de um barco e zarpou rumo à Disney. O respeito passa longe dos fanáticos. Eles não conseguem admitir o seu contrário, aquele que não pense da mesma forma que ele.
Coisas assim acontecem em muitos lugares. Uma vez ouvi na sala de aula, uma linda moça dizer que não acreditava que as traduções não tenham mudado em nada o sentido do que está escrito na Bíblia. Ora, acreditar, no que quer que seja não impede as pessoas de pensarem com o mínimo de clareza. Se Deus tudo sabe e tudo vê, ele sabe muito bem que traduções mudam mesmo sem querer o sentido das palavras. O pior cego realmente é aquele que quer continuar a não ver nada. Só se converte quem quer ser convertido. Pregar algo para alguém que não está a fim de ouvir pode fazer o tiro sair pela culatra.
Outro dia atendi uma senhora que batia na minha porta. Ela estava com a tal Bíblia na mão e me perguntou se eu tinha religião. Um pouco constrangido respondi que era ateu, para não ficar perdendo tempo dizendo que era agnóstico, que não acreditava em Deus, porém não desacreditava completamente em qualquer coisa que possa existir. Ela poderia ter esboçado qualquer reação mais educada e respeitosa, mas em vez disso, me olhou de cima a baixo, fez cara de espanto e perguntou: “Mas mesmo sendo ateu, você acredita em alguma coisa não é? Quem pode ter criado tudo isso que está a sua volta?” Então eu disse que pensava um pouco diferente dela. A mulher mais que rapidamente se despediu e foi bater na porta do meu vizinho.
Principalmente no caso dos protestantes, os conhecidos crentes, ou evangélicos - como se o resto dos cristãos não acreditassem em Deus nem fossem evangelizados -, o que mais me impressiona é como muitos, não todos, olham de maneira diferente para quem não é da mesma religião que a deles. Outro dia ouvi mais uma moça “evangélica” dizer: “minha mãe não é de Deus, lá em casa sou só eu”. Será que ela é melhor que a mãe apenas pelo fato de a coitada não ser da mesma igreja que a filha iluminada?
Se por um lado o Bush continua querendo fazer o Oriente Médio ficar do jeito que ele quer, por aqui e em outros cantos os religiosos fanáticos também querem fazer o mesmo com os “descrentes”.

sábado, 15 de setembro de 2007

20 anos de Carreira

Muito bem, hoje é o dia de completar, involuntariamente, 20 anos de carreira.
Nasci em 1987, em um mesmo dia 15 de setembro, mas naquele ano fazia menos calor e a internet não era algo que sequer sonhavamos em ter.
Agora estou fazendo 20 anos.

Como é incrível olhar para tras e ver tanto, olhar para frente e ver muito mais. Tenho medo desse futuro que não posso tocar.

O mundo mudou muito desde o dia em que nasci até hoje. Temos internet, as comidas congeladas se diversificaram muito mais, aquecemos muito mais o planeta, temos carros bi-combustíveis, meus pais se separaram, eu ganhei uma nova irmãzinha, minha avó morreu, meu avô também, saí da casa dos pais para morar com amigos e fazer Jornalismo!, o muro caiu, o Cazuza morreu, a Dercy ainda não.

Espero que o mundo possa continuar em pé para me ver fazer 40, 80, 160...

Não tenho um carro, mas tenho uma família, não tenho o melhor emprego, mas tenho amigos muito especiais, não estou rico, mas aprendi tanto que nem sei.

Não pedi pra nascer, mas estou aqui. Gosto. Permaneço. Admiro.

Sangue Gay

A doação de sangue é um serviço voluntário que qualquer pessoa que tenha entre 18 e 65 anos de idade, pese no mínimo 50 quilos e que esteja saudável, pode prestar à sociedade. Porém, se você for doar sangue, passará por uma entrevista, na qual te perguntarão, dentre muitas outras coisas, se você mantém, ou manteve - não importa há quanto tempo, se foi com proteção ou não - relação sexual com pessoas do mesmo sexo. Se a resposta for positiva, o possível doador está excluído dos considerados aptos à doação.

Existe algo de errado com o sangue dos seres humanos que se atraem sexualmente por pessoas do mesmo sexo? De acordo com a portaria 1.376/93 do Ministério da Saúde, tem sim algo de errado com o sangue gay. Essa portaria proibiu indivíduos que já tiveram sexo com pessoas do mesmo sexo de doarem sangue. Mesmo que o gay ou a lésbica comprove que não está contaminado por nenhuma doença transmissível através do sangue, que alegue união estável e que não seja usuário de drogas ilícitas, está proibido de realizar a doação.


Na década de 1980, 70% da população mundial contaminada pelo vírus HIV era homossexual, na época em que a Aids foi apelidada de "peste gay" ou "câncer gay". Mas hoje são as mulheres casadas heterossexuais as mais contaminadas: 60% dos casos no Brasil, 47,3% no mundo. No entanto, elas não são consideradas inaptas a doar sangue. Se a portaria excludente e preconceituosa acima citada fosse atualizada, deveria excluir também do grupo dos doadores em potencial as mulheres e os homens heterossexuais casados, já que os casos de contaminação pelo HIV estão aumentando nesses indivíduos.

Atualmente, atender as normas técnicas exigidas pelo Ministério da Saúde para doar sangue não basta, é necessário ser heterossexual, ou pelo menos dizer que é, como muitos homossexuais fazem na hora de realizar a doação. Eles preferem mentir sobre sua sexualidade na entrevista que antecede a doação do que ficar sem ajudar quem precisa de sangue. Um constrangimento desnecessário, e prejudicial tanto pra quem quer ajudar, como pra quem precisa da ajuda. Muitos homossexuais desistem de doar sangue depois de sofrer preconceito até no momento que vão ajudar alguém. E não doam sangue nunca mais.


Os gays não representam o maior grupo dos portadores da Aids, e isso está mais que comprovado. Estamos no século XXI, terceiro milênio, na modernidade para uns, na pós-modernidade para outros. Conseguimos superaquecer um planeta, mudar seu clima e extinguir algumas espécies de seus animais, mas ainda assim, pelo simples motivo de uma mulher ou homem ser homossexual, está impedido pela lei de doar seu sangue, tão vermelho quanto os outros.


Quem faz acupuntura também está incluído no que chamam de grupo de risco. Quem faz as unhas na manicura, não. Onde está a diferença? O risco de se contrair Aids é o mesmo, seja por uma agulha que colocam no seu ventre para ajudar sua digestão, seja por um alicate com o qual tiraram a sua cutícula.


Agora nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), juntamente com seus acólitos anônimos, anunciou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Saúde. Será que não dá para rever absurdos tão boçais quanto esse e outros, como por exemplo, um cidadão não poder fazer um exame médico em uma unidade que não seja a mesma onde o pedido foi solicitado, do mesmo Sistema "Único" de Saúde? São absurdos que só fazem a saúde andar pra trás, o país jogar dinheiro pela janela e gente morrer na fila de espera por um atendimento que seja no mínimo decente.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

E o Renan?

Será que o Renan está rindo da nossa cara agora?
Muito provavelmente.
Mas ele deve estar rindo também da cara do PSOL todo, do DEM, e de todo mundo que tentou, e está tentando, mostrar para o Conselho de Ética os nojentos crimes de corrupção que ele vem praticando no cargo de presidente do Senado e tirá-lo desse cargo púbico. Público.
Uma amiga - no dia em que ele, o incrível Renan, se viu livre das acusações, digo representações, encaminhadas ao Conselho de Ética - chorou ao ver como é degradante o joguinho político do Brasil, como é nojento o caráter de tantos políticos que deveriam trabalhar apenas pelos interesses da população, como reza o romântico discurso político, mas que ao invés disso, só sabem roubar, e ainda conseguem olhar dentro dos nossos olhos e dizer o contrário do que fazem em seus porões, digo, gabinetes.

Essa crise, como muitos lá em Brasília estão chamando a onda de corrupção, ainda vai continuar, vai virar o caos por exelência. Aí quem sabe acontece alguma coisa que mude os rumos do caráter dos brasileiros de vida pública.

Eu e essa amiga vamos, em protesto, transar no meio da rua. Será que a punição virá rápido pra nós? Claro, nós não somos políticos, não fazemos parte de nenhum time de joguinho político!

Proponho LUTO. A corrupção em cima da corrupção está matando o Brasil.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Inclusão Digital!!



Bom, fiz um blog pra mim...
Quem não tem blog hoje parece que está por fora de algo importante!!
Mas realmente, esse é um meio de comunicação interessante.
Muito bom você poder expressar sua opinião e poder fazê-la pública, esse é um poderoso instrumento de comunicação, sabendo ousá-lo de maneira a contribuir com algo pra nossa sociedade, e não ficando apenas na publicação de um diário virtual...
Me declaro bem vindo ao mundo dos blogs, me desejem sorte!!!