segunda-feira, 19 de maio de 2008

Com açucar, com afeto...

Estavam os dois, ele e ela, deitados na grama. Estirados, preguiçosos e sensívelmente satisfeitos, na sombra larga e comprida que o Sol deu-lhes de presente ao se esconder atrás de um edifício, lá do outro lado da rua.
A certa altura, a luz já indo, a Lua já subindo, ele ao lado dela, ouvindo ambos uma singela melodia mecânica, ela diz:

- Você é doido. Com a voz suave. E fecha os olhos com bastante força, em sinal transbordante de afeto.

E ele:

- São seus olhos. Com a voz pigarreada e vascilante. E fecha os seus bem lentamente, em sinal transbordante de paz.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Colaboração alheia

Estavamos comemorando o aniversário de uma amiga na casa do namorado dela. Cerveja na mesa, noite fria, luz elétrica propositalmente ausente, luz de velas fornecendo o charme necessário, assuntos variados, refrigerante, música pesada, e boa, tira-gosto, baralho, e assim por diante. A certa altura do campeonato, aquele cara, o que chegou meio atrazado, disse, com uma cara que você tinha que estar lá pra ver:

- As três melhores coisas do mundo são: cagar fumando, mijar peidando, e meter beijando.

Excitante.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Paraíso em 10x sem juros e sem entrada... e no carnê!

A inspiração, na verdade um ponta-pé, para este registro contou com a ajuda de uma elegante jovem de calebos lisos, cintura e lábios finos, e nariz charmosamente expressivo, durante uma agradável - como sempre - conversa ao telefone.



Na hipótese, trabalhada em dupla - eu e a elegante jovem acima mencionada -, ao morrermos, Deus, em suas infinitas misericórdia, sabedoria, graça, amor e compaixão, vendo-nos aproximar Dele, para ouvirmos a sentença final, cabal, letal e fatal, para ser cumprida por toooda a aternidade, diria com sua voz medonha:



- Filhos, vocês não deixaram de acreditar em mim somente por não crer, foi por Amor. Amor à humanidade, aos semelhantes de vós. Eu sei. Eu vi. Estava lá quando vocês choraram na agonia de constatarem que estavam sós, apenas consigo mesmos, acompanhados dos tão limitados humanos, minha única obra mal feita. E chorei com vocês. Estão perdoados, meus filhos. Bem vindos ao Reino Vegetal, digo, ao Reino de Deus. Esperem na fila para registrarem suas digitais, pois somente assim vocês poderão recarregar seus copos na máquina de Coca-Cola que, é bom lembrar, está sempre super gelada.



E continuaria:



-Aqui, vocês não terão que se preocupar com contas, prestação de serviços, impostos, horário, saúde, banho, estética, sociedade, jogo de conquista, taxa cambial, males do cigarro, falta de dinheiro, unha encravada, violência, falta de tempo, corrupção, descaso do governo, gente imbecil, falta de filme para fotografar, supermercado, internet cortada por falta de palamento, dengue, FGTS, saudade, cobrança, lassidão, ônibus lotado, fome, poeira, enfim, nada. Vocês apenas ficarão aqui, comigo, em estado de graça, bebendo Coca-Cola, vendo os filmes que quiserem, lendo o que quiserem, com maconha disponível - e sem pesinho hipócrita na consciência de saber que estão ajudando a fazer girar a roda do crime organizado -, conversando apenas com quem vocês quiserem, perto de quem vocês mais amam, transando com quem vocês quiserem, fazendo as bandas voltarem às formações que vocês gostam para tocarem totalmente de graça - e ainda fumar maconha com eles depois do show. É isso. Bom né? Entrem. Peguem as chaves dos seus aposentos na recepção e digam o que mais gostam de comer, para que possamos incluir no cardápio. Mais tarde dou uma passada lá pra ver como vocês estão se adaptando à eternidade.



E entrariamos felizes, aliviados de termos escapados das garras do inferno e de Lúcifer, o malvado, o tranca rua, o coisa ruim, Satã, o mentiroso, o traidor, o "o".



Viajei em demasia. Perdão.

sábado, 10 de maio de 2008

Daquelas da Taciara

"Aqueles homens unidos pelo amor da cueca... sofrida... e quente."

Coisas dos repentes de uma mente excêntrica. Normal em nossos dias por aqui.
É sempre assim. E é muito gostoso.