quinta-feira, 19 de março de 2009

Uma (vaga) idéia metafísica

Aquilo que chamamos de opinião muda com o tempo.

As experiências, os estímulos, os novos conhecimentos que vão sendo acumulados, as recorrentes reflexões e as discussões - com suas inevitáveis permutas - são fatores que transformam o modo como vemos, pensamos, agimos e reagimos diante da vida e de seus infinitos e complexos temas, dilemas, dramas, curiosidades e fenômenos.

Deus por exemplo... puta que pariu!

É um assunto sobre o qual já mudei algumas vezes de opinião.

Do meu nascimento, ou melhor, do meu batizado até meus 13, 14 anos era católico meio praticante. Então veio a crise existencial e a contestação, próprias da idade, e a imagem de Deus começou a derreter na minha cabeça. N motivos.

Um pouco mais adiante, aprendi geopolítica, história, guerra, marxismo, dualismos do mundo e debates humanos com uma grande professora do colégio. Amigos, discussões e reflexões agregaram-se a tudo o que aprendia. Me revoltei e mandei Deus ver se eu estava na esquina. Briguei com ele sem dar direito de resposta. A coisa toda ficou assim: estamos sozinhos, somos mero fruto do acaso, e a humanidade - por medo da morte - criou essa falácia para se sentir aliviada com a idéia do derradeiro suspiro. A matéria substituiu em minha vida o papel que antes era ocupado pela Bíblia.

Passaram-se alguns anos. Fiquei mais maduro, aprendi mais, refleti mais, discuti mais, conversei muito mais. Sobre toooodas as coisas da vida. E relativizei God, Dios, Gott, Dieu, Dio, Deus.

Depois de muito pensar a esse respeito, tenho - pelo menos por enquanto - uma concepção confortável e conveniente Dele, mas que para mim, faz sentido. De acordo comigo, existe algo maior que o ser humano, que a vida material pura e simplesmente, mas essa força, presente em todas as tribos, grupos e civilizações - devido ao próprio processo de formação cultural de cada comunidade - ganhou um nome (ou nomes), uma lógica, uma história, um método para contato, próprios.

Dessa maneira, todos que acreditam na forma de Deus que conhecem, acreditam na mesma coisa, e a essência comum de todas elas, ao meu ver, é a bondade praticada entre os humanos. É aí que Deus se manifesta, no BEM, não havendo diferença se ele se chama Jeová, Shiva, Alá, Jesus, Wica, Zeus, Odim, Osíris, Exú, Dinheiro ou Santa Ignorância.

Vamos ver até quando eu fico nessa onda.

2 comentários:

Lady Sepulcro disse...

eu não acredito em deus nenhum

Thiago Augusto" disse...

Fiquei feliz em ler isso.
Acredito que a tia Cida também ficará. Vou enviar pra ela via e-mail :D

palavra de passe: denesse