Acordei com a campanhia tocando, às 08:20 da manhã. Atendi. Era a Rejane, veio fazer faxina. Depois de recebê-la, voltei pra cama.
Me acomodei confortavelmente, fechei os olhos, ensaiei dormir.
Sucesso funesto.
Acomodei-me novamente, esperando ter então uma súbita e preguiçosa vontade de dormir.
Nada.
Estava deitado de lado, quase como os fetos humanos ficam pouco antes do parto. Meu antebraço direito, e a respectiva mão, estavam próximos a minha face e, junto com a cabeça, eram as únicas partes de minha magra anatomia que o cobertor não envolvia.
Abri os olhos. Notei meu antebraço lá, defronte a mim, pacífico, me olhando com certa ternura. A mão, meio fechada, involuntariamente, também me observava.
Mas foi a ele que dei mais atenção, sem premeditar. Encarei-o por mais tempo.
Olhando para meu antebraço um turbilhão de pensamentos emergirão.
O mais recente: a noite de ontem, ao lado dos amigos Taciara e Gabriel, foi agradabilíssima. Suas presenças em minha vida me proporcionam um bem-estar interminável. Assim como alguns outros queridos amigos também o fazem.
Pensei nos dois, no que conversamos ontem, no amor que os tenho, em como somos tão parecidos em algumas coisas e tão diferentes em outras, e em como tudo isso deixa tudo mais especial, único.
Pensei em como gosto de Suindara. De sua mãe e irmã, sempre tão educadas, inteligentes, engraçadas e acolhedoras. Pensei nos gatos de seu apartamento, no tempo em que a conheço e em algumas coisas que ela me ensinou e vice-versa. Lembrei-me do CD que tenho que devolver, antes que ela me mate!
Pensei na Nathalya e em como nos damos tão bem. Uma outra surpresa da vida, que além de tê-la já como amiga, é também ótima parceira de trabalho, com quem tenho sempre tanto prazer em labutar, conversar, ouvir, teorizar, discutir e beber cerveja.
Um certo arrependimento por ter fumado ontem, visto que parei de fumar a 2 meses e 13 dias, e sei que fumar de vez em quando atiça em mim a vontade de retomar o vício, que tão penosamente deixei. Pensei em como sou fraco.
Pensei em como quero acreditar no que o rapaz ruivo quer dizer por meio da letra de "Bom Par", dos cariocas da Moptop.
Pensei em algumas ideias de textos e reportagens que sempre retomo em mente e sempre esqueço de anotar.
Levantei, liguei o computador, li meus e-mails, deu uma fuçada no orkut e postei.
O dia será agradável. Céu limpo e sol brilhando. As crianças, em sua maioria meninos, de férias da escola, estão soltanto pipa lá fora já desde o começo da manhã.