quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Aquela velha sensação e outros devaneios

Por mais que tenhamos entrado há meia hora no dia em que faço aniversário, só é amanhã quando eu acordo. E ainda não fui dormir no dia 14 (que já se foi) pra acordar no dia 15, então, ainda estamos no dia 14.
Eu sou jornalista, tenho compromisso social com a verdade, mas esse blog é meu e eu escrevo o que quiser, então, ainda é dia 14 e pronto.

Sempre tenho, no fim da noite da véspera do meu aniversário, um sentimento estranho. Dá um geladinho na barriga. Não incomoda, é até bom, mas só acontece nessa data. É tipo uma sensação exclusiva do estilo Marcellus de existir.

Fico pensando nas coisas da minha vida, em quem eu sou, no que me transformei, nas pessoas da minha vida, e mais um monte de coisas que vou postar amanhã (dia 15, meu aniversário).

A vida é uma floresta, densa, mas cheirosa. E ao caminhar bastante, desviando de tantas árvores e arbustos chatos, de repente, já cansado, você se depara com uma praia, silenciosa. Tem um gigante sentado a beira-mar, admirando a lua crescente, pensando na própria solidão. Você já a pensar na sua desde que entrou na floresta. E a floresta, já a pensar na falta de você desde que você decidiu se sentar ao lado do gigante. Em silêncio, você espera que volte a luz do dia para procurar o caminho de volta pra casa. Mas a floresta apagou seus rastros. O gigante não pode ajudar. Ele não conhece outra parte qualquer do mundo além da praia e da floresta. E pormais que ele seja gigante, à sua frente só há horizonte, e às suas costas, floresta.

O Gigante, pintado por Goya em 1818.

Hasta siempre.

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